domingo, 25 de julho de 2010

Cinema Noir: Espelho e Fotografia



Sinopse: Análise do uso de fotografias e de superfícies espelhadas nos filmes A Dama de Xangai (1948), A Testemunha Ocular (1992) e Blade Runner (1982).


Ficha Técnica
Cinema Noir: Espelho e Fotografia
Autora: Márcia Ortegosa
Editora: Annablume
Páginas: 138 páginas
Ano: 2010


Mergulho de cinema
por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Pela sinopse é possível perceber como é estreito o recorte do assunto do livro Cinema Noir: Espelho e Fotografia, escrito pela Doutoranda e Mestre em Cinema Márcia Ortegosa. Por isso, o volume só é recomendável para leitores que estejam preparados e dispostos a um mergulho profundo na linguagem cinematográfica.

O texto segue o formato acadêmico, mas felizmente não está escrito em “academês”. Apesar da necessidade de uma revisão, principalmente na questão das vírgulas, trata-se de uma obra bem escrita e que não vai enervar quem tem aversão aos maneirismos acadêmicos, que parecem complicar gratuitamente seus escritos.

No entanto, alguns vícios são mantidos. A metalinguagem é um termo muito utilizado na análise feita por Ortegosa. A postura acadêmica exige que ela inclua uma definição do termo na introdução. O problema é que essa obra certamente não é dedicada a principiantes; portanto, não faz sentido explicar um vocábulo que até estudantes do ensino médio conseguem compreender.

A autora optou por utilizar o nome dos filmes citados em seus idiomas originais. Tal escolha é equivocada, uma vez que o leitor precisa lembrar do nome nacional da produção se quiser assistir à mesma depois da leitura, ou até para relembrar da cena citada no livro.

Outro problema no assunto idiomas é o uso de citações em espanhol. Mesmo sendo um idioma de fácil compreensão na leitura, não seria um crime traduzir livremente as passagens e explicar que esse procedimento foi adotado. Mais uma vez o purismo acadêmico entra no caminho da compreensão da obra.

O livro é bem ilustrado e usa referências nas artes plásticas, especialmente com telas do pintor francês Magritte. Algumas das imagens não parecem muito conectadas ao texto, mas as mais importantes servem muito bem ao propósito de alcançar níveis que não seriam possíveis apenas com o texto escrito.

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