quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Nine

por Edu Fernandes

Sinopse: O diretor de cinema Guido Contini está em crise por não conseguir escrever o roteiro de seu nono filme. Sua vida profissional está tão bagunçada quanto sua vida pessoal, tendo de lidar com sua esposa e sua amante.


Spoilerômetro:

Ficha Técnica:
Nine
Direção: Rob Marshall
Roteiro: Michael Tolkin, Anthony Minghella
Elenco: Daniel Day-Lewis, Marion Cotillard, Penélope Cruz, Nicole Kidman, Judi Dench, Kate Hudson, Sophia Loren, Stacy Ferguson
Duração: 118 minutos


Gregos e troianos... e italianos

Em 1963, o cineasta italiano Federico Fellini escreveu e dirigiu 8½, um marco na história do cinema. Anos mais tarde, o enredo desse filme serviu de inspiração para um musical da Broadway, estrelado por Raul Julia. Finalmente, no terceiro milênio os conflitos de um cineasta em crise são mostrados na tela de cinema com a produção de Nine.

Para homenagear a origem da história, o diretor Rob Marshall (Chicago) faz referências ao cinema italiano, contemplando o clássico La dolce vita (1960) de Fellini nas locações e enquadramentos e também em outros elementos. O problema é que o fã mais intenso da obra do cineasta italiano poderá ficar ofendido de ver sua obra transformada em musical, e o amante de musicais pode não captar tais alusões.

Todos os números musicais são delírios de personagens, evitando que os mesmos parem tudo o que estão fazendo para cantar uma canção executada por uma banda invisível. Esse é o tipo de magia que agrada os assíduos espectadores de musicais e que irrita os que não suportam o gênero. A opção por separar o lado musical do desenvolvimento da história pode ser uma tentativa de agradar o público que normalmente repudia os musicais, mas não será motivo suficiente para fazer essas pessoas investirem em uma sessão de Nine.

Muitas músicas foram cortadas do espetáculo original durante a adaptação. Confesso que não conheço a peça que foi encenada na Broadway por duas temporadas, mas desconfio que muita coisa boa foi descartada, já que as canções que restaram não chegam a empolgar. As coreografias na maioria das vezes é preguiçosa ou inexistente, exceto nos números em que as vozes de Fergie e Katie Hudson podem ser ouvidas.

A impressão que fica de Nine é que tentou-se agradar muitas pessoas – quem não gosta de musicais e quem conhece o cinema italiano de décadas passadas –, mas acabou esquecendo-se de agradar exatamente quem vai ao cinema para ver musicais animados.

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