quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Foi Apenas um Sonho



Sinopse: Frank e April Wheeler são um jovem casal que acredita estar destinado a uma vida especial, diferente da típica família americana. Quando se mudam para Revolutionary Road, no subúrbio, veem seus sonhos escorrerem pelas mãos.


Ficha Técnica
Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road)
Direção: Sam Mendes
Roteiro: Justin Haythe
Elenco: Leonardo DiCaprio, Kate Winslet, Michael Shannon, David Harbour, Kathryn Hahn, Kathy Bates
Duração: 119 minutos


 por Carla Bitelli

(Spoilerômetro: )

Adaptação cinematográfica do livro Rua da Revolução (que na edição atual ganhou novo título, homônimo ao filme), o filme fala sobre sonhos e frustrações, sobre conquistas e perdas. O espectador facilmente se reconhece nos personagens.

Um dos grandes pontos da obra é que April e Frank, interpretados por Kate Winslet (O Amor Não Tira Férias) e Leonardo DiCaprio (Rede de Mentiras), acreditam não ser comuns. Eles desejam tanto ser especiais que se colocam acima de toda questão cotidiana, de toda alegria vazia. Assim, ao perceberem que estão no mesmo barco que seus vizinhos e amigos Milly e Shep Campbell, abraçam o sonho que sempre deixaram na gaveta: mudar-se para Paris.

Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road) é um grande drama, daqueles que só um apreciador do gênero irá gostar. Por isso mesmo, o gênero é levado ao limite: as interpretações são densas, as falas são complexas, as relações são intensamente construídas.

Kate Winslet reafirma sua qualidade como atriz, até superando algumas expectativas, além de estar belíssima – o Globo de Ouro foi muito merecido. DiCaprio fica muito bem, mostrando que têm melhorado filme após filme, só ainda não convencendo como pai. Mas o melhor mesmo é vê-los deixar para trás o estigma criado por Titanic: eles não lembram em nada o chatíssimo casal Rose e Jack.

Os destaques nas atuações coadjuvantes ficam para Michael Shannon (Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto) como o sem-restrições-sociais John Givings, e para Kathryn Hahn (Quase Irmãos) como Milly Campbell. Shannon assusta o espectador com seu personagem tão honesto quanto agressivo. Hahn surpreende aqueles que estão acostumados a suas caretas e risadas em comédias, criando uma dona-de-casa ao mesmo tempo feliz e frustrada.

Mas o filme tem alguns defeitos, que felizmente não chegam a estragá-lo. Algumas falas soam artificiais por sua complexidade em meio ao contexto, fruto da adaptação de obra literária. Além disso, alguns personagens são figurinhas repetidas no cinema. April Wheeler tem muito da Sarah Pierce de Pecados Íntimos, interpretada também por Winslet – neste caso, não é a atuação que causa semelhança, e sim o descontentamento das personagens. Frank Wheeler revela alguns traços de atuação de DiCaprio, lembrando um pouco Frank de Prenda-me Se For Capaz e Billy de Os Infiltrados.

A produção de Foi Apenas um Sonho gerou grandes expectativas, por ser adaptação de uma obra tão aclamada. O resultado é um filme visualmente bonito, muito bem dirigido, com atuações excelentes e que leva o espectador a refletir sobre as relações sociais a partir da primeira pessoa: o eu.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Um Faz de Conta que Acontece



Sinopse: Um zelador de hotel que vive à espera da sua grande chance tem sua vida transformada quando começa a contar histórias de faz-de-conta para os sobrinhos e magicamente o que acontece no enredo se repete na vida real.


Ficha Técnica
Um Faz de Conta que Acontece (Bedtime Stories)
Direção: Adam Shankman
Roteiro: Matt Lopez and Tim Herlihy
Elenco: Adam Sandler, Keri Russell, Guy Pearce, Courteney Cox, Lucy Lawless
Duração: 89 minutos


 por Guilherme Kroll

(Spoilerômetro: )

Com o sucesso de Encantada, a Disney não demorou a investir num filme que aparentemente tem um formato parecido. Esse é o caso de Um Faz de Conta que Acontece (Bedtime Stories), com genial título em português para adaptar o original.

Estrelado pelo sempre ótimo Adam Sandler (Zohan), o filme entretanto vai muito além do que o seu título ou seu trailer nos levam a crer. Isso leva a película a ser uma divertida e inteligente comédia familiar, que vai arrancar risos tanto de pais quanto de filhos.

A direção é de Adam Shankman (Hairspray), mas o destaque fica por conta de Adam Sandler, que mesmo sem estar na sua melhor forma ainda é um comediante excelente.

Há também espaço para pontas de atores de renome como Guy Pearce no papel de vilão, Courtney “Monica” Cox como irmã do personagem de Sandler, a tradicional ponta de Rob Schneider e a eterna "Xena" Lucy Lawless. Outra interpretação digna de nota é a da praticamente estreante Teresa Palmer, que como atriz não tem nada de mais, mas a personagem Violet Nottingham é uma grande paródia de Paris Hilton.

Apesar de divertido, Um Faz de Com que Acontece é um filme que é essencialmente para ser visto com as crianças. Se o leitor não for um grande fã de Adam Sandler, pode perfeitamente esperar para ver em DVD.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Titãs – A Vida até Parece uma Festa



Sinopse: Documentário sobre a banda Titãs. Desde o começo da carreira até os grandes sucessos, os altos e baixos passados pelos rockeiros.


Ficha Técnica
Titãs – A Vida até Parece uma Festa
Direção: Branco Mello, Oscar Rodrigues Alves
Roteiro: Oscar Rodrigues Alves
Elenco: -documentário-
Duração: 100 minutos


Explicando Titãs
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Assistir ao documentário Titãs – A Vida até Parece uma Festa levará a duas conclusões. A qualidade musical dos hits da banda é maior do que a maioria se lembra e vários aspectos nebulosos ficam claros. A atitude dos integrantes, a formação da banda, as influências musicais mais plurais – indo do reggae ao hard rock – e muitas outras questões que nem se imaginavam ganham lógica. O fato de um dos integrantes estar intimamente ligado com a produção foi o fator decisivo para que essa clareza fosse atingida.

A saga do grupo musical é apresentada em ordem cronológica, mas com algumas digressões para o futuro que colaboram para o ritmo do documentário. A história é contada praticamente apenas com imagens de arquivo, mostrando um trabalho de pesquisa esforçado e valoroso.

Com o passar dos anos, muitos assuntos delicados fizeram parte do cotidiano dos Titãs: drogas, separações, doença e até morte. Por tratar de todos esses aspectos, não se pode falar que a produção seja hipócrita. Ao contrário, todos os temas têm espaço no filme e são tratados de forma correta, sendo emotivo na hora e na medida certa.

É claro que a música é uma parte importante do documentário, mas a banda Titãs é mais antiga do que a prática de se produzir videoclipes. Para preencher a lacuna, alguns clipes foram remontados no meio do filme e merece destaque a montagem das apresentações televisivas de "Sonífera Ilha", no começo da década de 1980.

Titãs – A Vida até Parece uma Festa pode ser colocado acima da média por agradar não só seus maiores fãs, mas até aqueles que nutrem apenas uma tímida simpatia por suas canções.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes








Sinopse: O Grilo Feliz quer gravar um CD, mesmo desejo de uma banda de rap formada por sapos. Porém, ambos se deparam com a vilã Trambika, que pirateia suas músicas.


Ficha Técnica
O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes
Roteiro e Direção: Walbercy Ribas, Rafael Ribas
Elenco: -animação-
Duração: 86 minutos


Roteiro perdido
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Se for avaliada apenas a técnica de animação utilizada em O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes, a produção poderia ser classificada como uma obra-prima. O visual 2D do primeiro filme foi substituído por uma computação gráfica muito bem executada, tanto na movimentação dos personagens quanto na qualidade das imagens obtidas. Infelizmente muitos outros pontos fazem a cotação do filme decair muito.

O roteiro tem tantas histórias que não consegue atingir unidade. A orquestra para as crianças carentes, os próprios insetos gigantes, os sapos procurando uma cantora, um novo amor para o Grilo, novos vilões... tudo isso em menos de 90 minutos de duração.

Apesar dos elogios merecidos para a área de animação propriamente dita, há uma falha técnica literalmente gritante. A mixagem de som não foi muito bem afinada e as vozes agudas de alguns personagens ficam angustiantes e só aumentam o cansaço que já é ocasionado pelo roteiro deficiente.

Como já é possível perceber pelo trailer, O Grilo Feliz utiliza-se de músicas populares para serem executadas pelos personagens. Além das releituras de canções de Jota Quest e Ivete Sangalo, há composições originais bem simpáticas. Trabalhar com músicas é um desafio que a cinematografia brasileira ainda não conseguiu grandes avanços e, pelo menos nisso, a animação apresenta algo de interessante.