sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Valsa com Bashir








Sinopse: Um cineasta israelense entrevista veteranos da invasão do Líbano para reconstruir suas próprias lembranças sobre o combate de 1982.


Ficha Técnica
Valsa com Bashir (Vals Im Bashir)
Roteiro e Direção: Ari Folman
Elenco: -documentário-
Duração: 90 minutos


Animação com seriedade
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Se o leitor precisa de um motivo para assistir a Valsa com Bashir (Vals Im Bashir), aqui está: curiosidade. Primeiramente, trata-se de uma produção globalizada, dividida entre Israel, Alemanha, França, Estados Unidos, Finlândia, Suíça, Bélgica e Austrália. Depois, trata-se de um documentário em animação, mas não com a forma cômica apresentada em Dossiê Rê Bordosa. Dessa vez o drama é bem forte e a questão é marcante nesse inusitado título.

Primeira animação a ser indicada ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, a qualidade do filme é indiscutível. Por usar essa forma de contar uma história autobiográfica que envolve guerra, um bom ponto de comparação é Persepolis, obra adaptada dos quadrinhos que merece ser assistida. Em Bashir, a animação serve como um meio um pouco mais digerível para suportar as atrocidades que seriam duras demais se mostradas em carne e osso. Em contrapartida, a opção não é uma muleta, todo o seu potencial é explorado para criar imagens impactantes.

A produção mais uma vez levanta a eterna e válida discussão da irracionalidade da guerra. Mesmo tendo um diretor israelense, o roteiro não perdoa nenhum dos lados – os dedos apontam para todos os lados, mostrando os absurdos que um contexto belicista pode fomentar. Os israelenses já se provaram capazes de mostrar essa competência social em outros títulos recentes, como Lemon Tree e A Banda.

Tecnicamente, outra área que se destaca em Valsa para Bashir é a trilha musical moderna, misturando música eletrônica com momentos mais clássicos, ela colabora para conduzir as questões apresentadas de forma mais emocionante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário