sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Milk – A Voz da Igualdade





Sinopse: A história real de Harvey Milk, o primeiro homossexual assumido a ser eleito para um cargo público. Na década de 1970, ele lutou pelos direitos dos gays em São Francisco.


Ficha Técnica
Milk – A Voz da Igualdade (Milk)
Direção: Gus Van Sant
Roteiro: Dustin Lance Black
Elenco: Sean Penn, Emile Hirsch, Josh Brolin, Diego Luna, James Franco
Duração: 128 minutos


“Meu nome é Harvey Milk e estou aqui para recrutá-los”
  por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Quando eu soube que o cineasta Gus Van Sant iria dirigir Milk – A Voz da Igualdade (Milk), confesso que fiquei com medo. Quem já assistiu a alguns de seus filmes mais experimentais, como Paranoid Park, sabe que sua assinatura é muito pesada. Meu receio era de que a personalidade cinematográfica de Van Sant acabasse por eclipsar a importante história de Harvey Milk e estragasse o que poderia ser um grande filme.

A boa notícia é que o diretor alcançou o impensável: ele conseguiu imprimir sua marca nos enquadramentos sem que o andar da narrativa fosse comprometido. No final, o casamento entre Gus e o filme trouxe um resultado memorável e emocionante. Ele usa alguns posicionamentos de câmera não tão convencionais de forma inteligente, para aumentar o envolvimento com a trama.

A vida de Harvey Milk é um marco importante na luta pelos direitos do homossexual e levá-la ao cinema era uma obrigação dupla. Primeiro por ser uma jornada altamente cinematográfica, depois por ser importante relembrar os grandes nomes em lutas dignas. Milk conseguiu cumprir a missão com louvor.

Outro ponto que merece ser ressaltado são as atuações, a começar por Sean Penn (21 Gramas) no papel-título. Ele demonstra um gestual preciso e consegue esquivar-se da caricatura em todas as cenas. Sean está visivelmente confortável interpretando Milk, mesmo com próteses nos dentes e no nariz, lentes de contato e um penteado esquisito. Também merece elogios o trabalho de Emile Hirsch (Speed Racer), irreconhecível como um dos apoiadores do protagonista. Mais um ponto na carreira ascendente desse jovem ator.

Quem tiver o mínimo de simpatia com a causa defendida pelo filme irá se emocionar ao final da sessão. A dica é levar pessoas neutras para a sala de cinema para que sejam – nas palavras do próprio Harvey – recrutadas.

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