terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Top 10 Brasil 2016

por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


1. Aquarius

Kleber Mendonça Filho volta a fazer um retrato da classe média brasileira atual, com forte crítica à especulação imobiliária. No entanto, agora ele conta com uma linha narrativa mais robusta do que em O Som ao Redor (2012). De brinde, ainda tem Sonia Braga a frente de uma protagonista forte e inspirada.

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2. O Silêncio do Céu

Quem viu Trabalhar Cansa (2011) e Quando Eu Era Vivo (2014) sabe que Marco Dutra curte um flerte com o cinema de suspense e terror. Ele utiliza sua verve obscura em uma história sobre estupro que não poupa os espectadores de fortes emoções. A “cena do aquário” já é um ícone do cinema brasileiro.

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3. Mãe só Há Uma

Umas das tramas de O que se Move (2013) foi inspirada no “caso Pedrinho”, um garoto abduzido pela mulher que julgava ser sua mãe. No filme de Anna Muylaert, esse conflito é novamente explorado, mas pela ótica dos personagens mais jovens. Apesar de uma inspiração de décadas passadas, o roteiro ferve de modernidade ao resvalar nas descobertas juvenis e borrar as fronteiras entre gêneros (no sentido sexual).

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4. Sinfonia da Necrópole

Enquanto Marco Dutra caminhou para o thriller, sua parceira em Trabalhar Cansa foi para o musical. Juliana Rojas não perdeu contato com suas origens cinematográficas e fez um dos mais inusitados filmes brasileiros dos últimos tempos, que mistura morbidez com humor, além de uma crítica social no subtexto.

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5. Yorimatã

Todo ano o cinema brasileiro oferece alguns documentários musicais e entre eles há sempre descobertas. Assim foi com Dzi Croquettes (2009) e é com esse relato honesto sobre a dupla de compositoras transgressoras. O filme consegue dar conta das polêmicas na vida pessoal das protagonistas e mostrar o impressionante entrosamento musical entre elas.


6. Mate-me Por Favor

O cinema brasileiro contemporâneo está segundo para diversas direções, tanto em estéticas quanto gêneros. No longa de estreia de Anita Rocha da Silveira pode-se ver um pouco disso, com boa apropriação de elementos de suspense e um apuro visual impressionante, em uma atmosfera jovem empolgante.

7. Big Jato

Conhecido por um cinema potente, Claudio Assis (Febre do Rato) se volta para a infância e prova ser capaz de transmitir ternura. O longa também dá uma oportunidade valiosa ao ator Matheus Nachtergaele, que interpreta irmãos gêmeos de personalidades opostas, que ajudam a compor um retrato antropológico das pequenas cidades do Brasil.

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8. Menino 23

A ficção tem o compromisso de parecer mais autêntica do que a realidade, pois há histórias reais que são difíceis de acreditar. Esse documentário acompanha um desses acontecimentos, quando garotos negros viviam como escravos no interior paulista nos anos 1930. A produção também mostra que a podridão da elite sempre acha uma maneira de se perpetuar e permanecer por cima da carniça.

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9. O Shaolin do Sertão

Depois de ser comparado a Charlie Chaplin por Cine Holliúdy (2012), Halder Gomes importa ingredientes dos filmes de kung fu, sem deixar para trás suas raízes cearenses. É desse casamento criativo que nasce uma comédia que remete a um passado mais inocente do nosso cinema, quando as chanchadas eram marcos no calendário.

10. Nise – O Coração da Loucura

Como em Flores Raras (2013), Gloria Pires encarna uma personagem real para mostrar uma história pouco conhecida do grande público. Além de valorizar a figura histórica, o filme traz reflexões sobre humanidade e respeito.

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