quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Tomboy: Infância expressiva

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Normalmente quando se assiste a um filme com elenco infantil, recomenda-se vistas grossas para a pouca experiência dramática dos jovens atores. Recentemente o cinema francês tem apresentado produções nas quais as crianças dão um show de atuação.

Um dos exemplos recentes dessa safra positiva é Tomboy, que ainda traz em si o fator complicador da temática homossexual. O filme conta a história da garota Laure (Zoé Héran), que se muda de casa com a família e se passa por um garoto para as outras crianças do condomínio onde foi morar.

Como usa cabelos curtos e ainda não entrou na puberdade, a farsa convence a todos. Mesmo assim, Laure enfrenta algumas dificuldades para sustentar sua mentira, como quando tem de usar trajes de banho. A motivação para tudo isso é uma menina chamada Lisa (Jeanne Disson), por quem Laure se sente atraída.


A narrativa de Tomboy não é forçadamente didática e uma parte considerável de sua história precisa ser deduzida por pistas dadas pelas imagens e pelas atuações. Por essa razão um elenco infantil afinado de suma importância, como para o realismo de Entre os Muros da Escola e para a sensibilidade de Stella.

No cinema brasileiro já tivemos bons resultados com elenco adolescente em As Melhores Coisas do Mundo e Antes que o Mundo Acabe, mas quando crianças estão em cena a coisa muda. O pior de todo esse cenário é perceber que muito poderia ser melhorado se os produtores não fossem coniventes. No caso recente de Uma Professora Muito Maluquinha, por exemplo, é inaceitável crianças com forte sotaque carioca interpretem personagens mineiros.




Tomboy
Roteiro e Direção: Céline Sciamma
Elenco: Zoé Héran, Malonn Lévana, Jeanne Disson, Sophie Cattani, Mathieu Demy, Yohan Vero, Noah Vero, Cheyenne Lainé, Rayan Boubekri
Duração: 82 minutos
País: França

Nota: 8

Dica: Apesar de ser uma coprodução entre Bélgica, França e Itália; O Garoto de Bicicleta também pode ser considerado um bom exemplo do uso de atores-mirins talentosos.

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