por Edu Fernandes
Spoilerômetro: • (?)
Assim como no cinema, a música ajuda a contar a história de nossas vidas. Dois documentários recentes usam esse fato como objetos de estudo: As Canções e Vou Rifar Meu Coração.
O documentarista Eduardo Coutinho aplica mais uma vez seu talento como entrevistador para fazer pessoas comuns partilharem de suas histórias. Em As Canções, elas dizem (e cantam) quais músicas marcaram suas vidas.
O que predominam são histórias de amor, felizes ou infelizes. Nesses casos as canções reafirmam o sentimento, ajudam na superação do rompimento de uma relação, ou unem um casal. Há também espaço para emocionantes histórias de relacionamentos familiares.
Conforme os personagens falam suas vivências e canções, é impossível para o espectador não pensar em sua própria trajetória e nas músicas que marcaram momentos importantes. Dessa combinação, lágrimas podem ser esperadas.
Enquanto isso, Vou Rifar Meu Coração faz um recorte diferente: seu tema é o universo musical brega. Para retratá-lo, a diretora Ana Rieper viaja por várias pequenas cidades do nordeste brasileiro, onde entrevista fãs e intérpretes desse estilo musical.
O desafio do documentário é equilibrar a participação desses dois tipos de personagens. Ao tentar fazer dois filmes em apenas um, acaba com apenas meio. As duas frentes ficam rasas.
Há de se reconhecer o mérito da pesquisa por depoentes, especialmente o achado de um homem que mantém duas famílias publicamente. É uma pena que Vou Rifar Meu Coração não se decide em focar no público da música brega.
Cantores e compositores do gênero também dão seus depoimentos, apesar de não existir créditos para que o público saiba seus nomes enquanto assiste ao documentário. Os artistas falam mais das mensagens das canções do que de sua musicalidade ou escolhas conceituais de suas obras. É uma pena que Vou Rifar Meu Coração não se decide em focar na produção musical brega.
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