sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Redenção X Compramos um Zoológico: Realidades opostas

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Chegam às salas de cinema brasileiras em dezembro dois filmes com histórias reais de salvadores. Apesar dessa proximidade temática, os públicos das produções serão bem distintos.

Redenção (Machine Gun Preacher) conta a história de Sam Childers (Gerard Butler, de Caçador de Recompensas), um ex-criminoso que encontra um novo caminho pela religião. Antes de ser um filme gospel sobre superação pela fé, a fita tem muitas cenas de ação inseridas a dedo no desenrolar do seu enredo para manter o ritmo acelerado.

Depois que funda uma igreja, Sam decide ajudar órfãos no Sudão e se envolve ativamente na guerra civil que assola o país por décadas a fio. A postura do protagonista é polêmia e o filme faz questão de mostrar todos os desafios que o estilo de vida de Sam acarreta.


Se Childers não hesita para colocar o dedo no gatilho contra os rebeldes, o protagonista de Compramos um Zoológico (We Bought a Zoo) pena para sacrificar um animal moribundo. A produção é dedicada a toda a família e conta a história de Benjamin Mee (Matt Damon, de Contágio).

Ele é um jornalista viúvo que resolve mudar de casa para que consiga ter uma vida nova ao lado de seu casal de filhos. O imóvel que ele adquire é um zoológico que precisa de muitos reparos. Portanto, para salvar os animais e sua própria família, Benjamin terá de usar muito jogo de cintura.

A combinação de um herói carismático, um elenco infantil que esbanja fofura e muitos animais em cena formam a receita de um leve filme para toda a família. A trilha musical com pitadas de rock'n'roll casa com as cenas e dá uma dinâmica diferenciada à fita.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Noite de Ano Novo: Emoção sobre razão

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Para aproveitar Noite de Ano Novo (New Year's Eve), o espectador precisa seguir o mesmo conselho para o restante da cinematografia do diretor Garry Marshall (Idas e Vindas do Amor): deixar o coração falar mais alto até deixar o cérebro surdo. Só assim para aceitar as liberdades que o roteiro toma para contar suas diversas histórias de amor.

A proposta deste texto é analisar uma a uma pelo viés racional. Primeiramente, é o jeito que eu melhor vejo a vida. Segundo, se você curte os filmes do Marshall, não importa o que eu escrever que não vou fazer o leitor mudar de ideia. Portanto, vamos a elas

Ingrid pede demissão e resolve contratar um office-boy para cumprir todas suas resoluções de ano novo no dia 31 de dezembro. Até parece que alguém consegue fazer mais do que três coisas no mesmo dia em uma grande metrópole engarrafada como Nova York.


Trânsito também não é problema para Sam. Ele conheceu uma mulher misteriosa no ano passado e não para de pensar nela. Isso acontece mesmo, mas o que não é possível é entrar em Nova York, enfrentar o congestionamento, dar uma passadinha em uma festa e ainda ter tempo de ir a uma pizzaria antes da meia-noite.

Stan é um paciente terminal de câncer que compartilha seus sentimentos com uma enfermeira ultra-dedicada. Se ele estivesse tão mal assim, não conseguiria fazer metade do que o personagem faz. Ainda na ala hospitalar, dois casais se encontram na maternidade e disputam quem terá o primeiro bebê do ano. Uma disputa tão acirrada em um momento tão estressante e ninguém passa mal?

Laura foi abandonada pelo músico Jensen um ano atrás. Arrependido, ele tenta se reaproximar dela. Nesse caso, o que não dá para entender é como um artista consegue agendar uma apresentação em uma festa privada e um micro-show (e ponha micro nisso) na Times Square na mesma noite. No mundo real, é aposta certa de que um dos dois eventos será prejudicado.

Randy odeia o Ano Novo e está determinado a passar a noite no apartamento. Quando desce para tirar o lixo, fica preso no elevador com Elise. Quem coloca o lixo na rua no dia 31 de dezembro?


Com 15 anos de idade, Hailey quer passar a virada do ano na Times Square e beijar sua paixonite, mas sua mãe tem outros planos. Totalmente crível, exceto pelo papo entre as amigas sobre como é o primeiro beijo. Essa conversa acontece bem antes do colegial.

Claire é a responsável pela bola que anuncia a chegada do Ano Novo em Times Square. Quando a máquina quebra, ela tem de improvisar um discurso em uma coletiva de imprensa. Erro duplo. Ela fala de forma tão tocante um texto que ela nunca ensaiou que muitos personagens do filme usam suas palavras como o estopim para mudar de ideia. Depois de terminado o discurso, ela sai da sala e nenhum jornalista presente tenta fazer uma pergunta inteligente, do tipo: O que aconteceu com a porcaria da bola, mulher?


Noite de Ano Novo (New Year's Eve)
Direção: Garry Marshall
Roteiro: Katherine Fugate
Elenco: Michelle Pfeiffer, Zac Efron, Robert De Niro, Halle Berry, Jessica Biel, Seth Meyers, Sarah Paulson, Til Schweiger, Carla Gugino, Katherine Heigl, Jon Bon Jovi, Sofía Vergara, Ashton Kutcher, Lea Michele, Sarah Jessica Parker, Abigail Breslin , Josh Duhamel, Hilary Swank, Ludacris
Duração: 118 minutos
País: EUA

Nota: 5

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Para Poucos: Libertinagem

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Em 2011, Hollywood lançou três comédias românticas em que se explora o limite da libertação sexual que o gênero engessado permite. O Amor e Outras Drogas, Sexo sem Compromisso e Amizade Colorida trazem heroínas que sabem muito bem o que querem entre quatro paredes e não têm medo de admitir suas necessidades sexuais. Mesmo assim, há pouco avanço na discussão sobre a libido.

Para se aprofundar no assunto, o leitor terá de abandonar os yankees e visitar a cinematografia francesa. Para Poucos (Happy Few) fala sobre troca de casais. Vincent (Nicolas Duvauchelle, de Minha Terra África) e Teri (Élodie Bouchez, de Perigosa Obsessão) são um casal desde o final da adolescência e estão dispostos a apimentar a relação com a ajuda dos amigos casados Rachel (Marina Foïs, de Não, Minha Filha, Você Não Irá Dançar) e Franck (Roschdy Zem, de Fora da Lei).

Como nas comédias românticas citadas acima, a curtição sexual se complica quando sentimentos começam a aparecer onde não deveriam, segundo as regras do acordo adotado pelos personagens no começo da conversa.


Nas produções hollywoodianas, as complicações sentimentais servem para introduzir o romantismo entre os protagonistas e ajustar a história para a fórmula do gênero que encaminha para o desfecho previsível. Em filmes como Para Poucos, os sentimentos aparecem para dar espaço a discussões sobre questões delicadas.

Por mais que as cenas de sexo do drama francês sejam gradualmente mais ousadas, as discussões se alongam com o desenrolar do enredo. Assim, o roteiro se esforça para trazer novos elementos e garantir a dinâmica dramática, mas acaba forçando a barra.

Portanto, Para Poucos consegue incutir assuntos que apimentam conversas depois da sessão, mas não escapa de alguns deslizes narrativos.


Para Poucos (Happy Few)
Direção: Antony Cordier
Roteiro: Antony Cordier, Julie Peyr
Elenco: Marina Foïs, Élodie Bouchez, Roschdy Zem, Nicolas Duvauchelle
Duração: 103 minutos
País: França

Nota: 5

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Gato de Botas: De olho no lucro

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Em 2004, a melhor aquisição para o elenco de Shrek 2 em comparação ao filme original foi a participação do Gato de Botas, com voz de Antonio Banderas (A Pele que Habito). O personagem fez tanto sucesso que o felino ganhou um filme próprio.

O projeto nasceu pensado para ser lançado diretamente em DVD, mas a Dreamworks decidiu apostar no carisma do bichano. Gato de Botas (Puss in Boots) foi replanejado para um grande lançamento em cinemas, com direito a efeitos 3D de alta qualidade.

Para contar as origens de seu personagem principal, o roteiro não se priva de usar outros exemplos de sucesso. Assim como o Gato, Jack Sparrow surgiu como coadjuvante de Piratas do Caribe, roubou a cena e depois foi elevado ao posto de protagonista de filmes bilionários. Por também ser um mulherengo com grande talento para entrar em encrencas, não é muito difícil aproximar o pirata do felino. Principalmente se os realizadores da animação estiverem de olho no baú do tesouro das bilheterias.


Assim, Gato de Botas traz uma mistura equilibrada de aventura, romance e comédia. Nesse último quesito, a animação mantém-se na mesma linha de humor dos filmes de Shrek. Portanto, o espectador pode esperar algumas piadas mais ásperas, boas referências à cultura pop e uma dose de pastelão.

Já na parte de romance e aventura, Jack Sparrow volta a ser um exemplo a ser seguido, Como no último filme do pirata, Gato tem interesse romântico por uma latina com o mesmo estilo de vida dele e um temperamento volátil. Kitty recebe a voz de Salma Hayek (Gente Grande) e vive uma relação de amor e ódio pelo protagonista durante todo o enredo – da mesma maneira que Angelica faz com Sparrow.

Com tantas inspirações em outras produções, Gato de Botas segue a fórmula perfeita para agradar. A única exigência é que não se espere muita originalidade no roteiro e a diversão é garantida.


Gato de Botas (Puss in Boots)
Direção: Chris Miller
Roteiro: Will Davies, Brian Lynch, David H. Steinberg, Tom Wheeler, Jon Zack
Elenco: Antonio Banderas, Salma Hayek, Zach Galifianakis, Billy Bob Thornton , Amy Sedaris, Constance Marie
Duração: 90 minutos
País: EUA

Nota: 6

domingo, 4 de dezembro de 2011

As Flores de Kirkut X O Dublê do Diabo: Visões do Iraque

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Há pouco tempo falei de dois documentários que mostram a triste situação atual do Irã, com censuras e manobras eleitorais estranhas. O vizinho Iraque também é tema de filmes recentes, mas para narrar acontecimentos de décadas passadas, quando Saddam Hussein estava no poder. Outro elemento que une esses dois títulos de ficção é que se tratam de coproduções estrangeiras, sem a participação direta de iraquianos.

As Flores de Kirkuk (Golakani Kirkuk - The Flowers of Kirkuk) conta a história de Najla (Morjana Alaoui), uma médica que volta para o Iraque em 1988 depois de estudar na Itália. Seus valores são bem diferentes daqueles praticados para as mulheres iraquianas, o que gera muitos conflitos. No cenário político, os curdos são perseguidos pelo governo Hussein e Najla se posiciona contra essa situação.


Essa produção ítalo-suíça tem em sua história potencial para criar uma experiência emocionante e informativa, mas suas falhas técnicas atrapalham o resultado final. Os diálogos e algumas atuações transparecem amadorismo e impedem que o espectador se envolva com a história.

Tudo parece um apanhado aleatório de cenas de uma telenovela fraca. Em sua maioria, os personagens são ocos e as conexões dos acontecimentos são confusas. Quem poderia se destacar é o tenente Mokhtar (Mohamed Zouaoui), um personagem um pouco mais complexo que os demais que é desfavorecido por uma atuação fraca.


Para conferir uma ótima atuação em uma história no mesmo período histórico é preciso ir atrás de outro filme. Em O Dublê do Diabo (The Devil's Double), Dominic Cooper (Capitão América: O Primeiro Vingador) interpreta um militar que é escalado pelo filho de Saddam Hussein para ser seu sócia. Dessa forma, o protagonista entra em contato com as excentricidades e brutalidades que fazem parte da rotina Uday Hussein.

Nessa produção entre Bélgica e Holanda o espectador tem o prazer de ver Dominic entregar três atuações impressionantes: como Uday, como o sócia e como o sócia imitando Uday. O filme percebe que sua história real é suficiente para garantir uma experiência impactante para o público. Com isso, a direção não tenta se sobressair e comprometer a fita.

Esses dois filmes prestam o serviço de contar um período histórico recente que precisa ser lembrado. A importância de revisitar essa época se prova porque as consequências do governo Hussein podem ser sentidas no Oriente Médio, e no mundo, até hoje.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Margin Call: Terror financeiro


 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Se nos deixarmos levar pelas manchetes dos jornais, a crise econômica que agora se vê especialmente na Europa ganha ares de um apocalipse financeiro. O filme Margin Call – O Dia antes do Fim (Margin Call) mostra como toda essa atual onda de medo econômico começou, em 2008.

A história do filme se concentra em analistas de risco de mercado que descobrem que tempos difíceis se aproximam. Altas horas da noite, conforme a notícia alcança os altos escalões do banco, uma reunião acontece. Durante toda a madrugada, os personagens discutem o que farão no dia seguinte, como irão escapar da situação.

Quando assuntos complexos são abordados em um filme, corre-se o risco de que a compreensão total não seja possível por todos os espectadores. Como em A Rede Social, é aconselhável que se assista a Margin Call sem a necessidade de entender todos os detalhes. A única coisa que é preciso ter em mente é que os grandes investidores farão de tudo para saírem de um barco condenado antes que as outras pessoas percebam a gravidade da situação.


Esse é o teor das discussões que os personagens do filme travam antes que o mercado comece suas atividades. Nessas conversas também se percebe as aspirações e problemas pessoais desses homens que dedicam suas vidas à carreira financeira.

Depois de terminada a sessão de Margin Call, fica a reflexão sobre as consequências das ações desses mega investidores. Se um miserável rouba comida de um mercado e dá um pequeno prejuízo para o dono do comércio, o ladrão vai para a cadeia. Por outro lado, se um banqueiro faz de tudo para salvar seus próprios investimentos (com mentiras, especulações e outras manobras) e causa a perda de muitos empregos, ele recebe ajuda do governo para reerguer seu império. No mínimo, questionável...



Margin Call – O Dia antes do Fim (Margin Call)
Roteiro e Direção: J.C. Chandor
Elenco: Kevin Spacey, Paul Bettany, Jeremy Irons, Zachary Quinto, Penn Badgley, Simon Baker, Mary McDonnell , Demi Moore, Stanley Tucci
Duração: 107 minutos
País: EUA

Nota: 6

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Guerra dos Sexos: Forma e conteúdo

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


A proposta de multiplots temáticos* é criar um panorama amplo sobre um determinado assunto. Guerra dos Sexos (Maschi contro femmine) fala sobre as diferentes aspirações de homens e mulheres quando o assunto é sexo e amor. Em sua empreitada, o filme conta histórias clichês e outras com questões um pouco mais complexas.

Entre as tramas convencionais pode-se usar de exemplo o caso de Diego (Alessandro Preziosi, de O Primeiro que Disse), um garanhão que percebe que precisa mudar seu estilo de vida depois de ser recusado por sua vizinha Chiara (Paola Cortellesi). Já nas história com temas mais profundos, há espaço para discutir diversidade sexual e adultério.

O que a princípio parece um descompasso é que todos esses enredos são contados de forma simples e até inocente. Os diálogos e as piadas são primários e a câmera não faz movimentos ousados.


Esse aparente desequilíbrio entre forma e conteúdo pode ser considerado algo positivo. Com uma estética e narrativa simples, Guerra dos Sexos é um filme acessível ao espectador mais iniciante. Com isso, pessoas que não estão habituadas a esses temas serão expostas a questões que, de outra maneira, provavelmente não fariam parte de suas conversas.

Portanto, o filme dificilmente passará despercebido por quem assisti-lo. Os cinéfilos mais exigentes podem até torcer o nariz diante à simplicidade de Guerra dos Sexos, mas a produção fomentará discussões praticamente inéditas em espectadores mais ligados às convenções estéticas e narrativas.



Guerra dos Sexos (Maschi contro femmine)
Direção: Fausto Brizzi
Roteiro: Fausto Brizzi, Massimiliano Bruno, Valeria Di Napoli, Marco Martani
Elenco: Paola Cortellesi, Fabio De Luigi, Lucia Ocone, Francesco Pannofino, Alessandro Preziosi, Paolo Ruffini, Carla Signoris, Nicolas Vaporidis, Giorgia Wurth, Claudio Bisio, Nancy Brilli, Giuseppe Cederna
Duração: 113 minutos
País: Itália

Nota: 6

* Multiplots temáticos são filmes que usam uma série de tramas paralelas com o mesmo tema.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Tomboy: Infância expressiva

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Normalmente quando se assiste a um filme com elenco infantil, recomenda-se vistas grossas para a pouca experiência dramática dos jovens atores. Recentemente o cinema francês tem apresentado produções nas quais as crianças dão um show de atuação.

Um dos exemplos recentes dessa safra positiva é Tomboy, que ainda traz em si o fator complicador da temática homossexual. O filme conta a história da garota Laure (Zoé Héran), que se muda de casa com a família e se passa por um garoto para as outras crianças do condomínio onde foi morar.

Como usa cabelos curtos e ainda não entrou na puberdade, a farsa convence a todos. Mesmo assim, Laure enfrenta algumas dificuldades para sustentar sua mentira, como quando tem de usar trajes de banho. A motivação para tudo isso é uma menina chamada Lisa (Jeanne Disson), por quem Laure se sente atraída.


A narrativa de Tomboy não é forçadamente didática e uma parte considerável de sua história precisa ser deduzida por pistas dadas pelas imagens e pelas atuações. Por essa razão um elenco infantil afinado de suma importância, como para o realismo de Entre os Muros da Escola e para a sensibilidade de Stella.

No cinema brasileiro já tivemos bons resultados com elenco adolescente em As Melhores Coisas do Mundo e Antes que o Mundo Acabe, mas quando crianças estão em cena a coisa muda. O pior de todo esse cenário é perceber que muito poderia ser melhorado se os produtores não fossem coniventes. No caso recente de Uma Professora Muito Maluquinha, por exemplo, é inaceitável crianças com forte sotaque carioca interpretem personagens mineiros.




Tomboy
Roteiro e Direção: Céline Sciamma
Elenco: Zoé Héran, Malonn Lévana, Jeanne Disson, Sophie Cattani, Mathieu Demy, Yohan Vero, Noah Vero, Cheyenne Lainé, Rayan Boubekri
Duração: 82 minutos
País: França

Nota: 8

Dica: Apesar de ser uma coprodução entre Bélgica, França e Itália; O Garoto de Bicicleta também pode ser considerado um bom exemplo do uso de atores-mirins talentosos.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Desaparecidos: Coleção de erros

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Quando um diretor brasileiro resolve explorar um gênero no qual nosso cinema não é fluente, espera-se que ele pegue fórmulas e referências consagradas em outras cinematografias e adicione brasilidade para criar uma obra interessante. Um bom exemplo dessa prático é o filme de herói Besouro (2009).

Apesar de fincar os pés em referências de A Bruxa de Blair (1999) e Cloverfield – Monstro (2008), infelizmente Desaparecidos apenas adiciona erros e cria um filme que testa a paciência de seu espectador.

Pelo menos há um pouco de criatividade na premissa. Um grupo de amigos é convidado para uma festa onde todos os participantes precisam ficar com câmeras penduradas no pescoço. Os aparelhos ligam e desligam independente e aleatoriamente de tempos em tempos. Com essas regras, cria-se um registro acidental dos acontecimentos.

A festa perde a graça para os personagens quando eles se metem no meio do mato para encontrar um amigo. Eles correm atrás do sujeito e as câmeras conseguem, como que por magia, captar imagens claras. O que se esperaria dessas condições seriam vídeos onde apenas o som pode ser compreendido, já que a câmera oscilaria demais.

Em filmes de terror a motivação dos personagens é muito importante para manter o interesse do público. Em Cloverfield, todas as loucuras do protagonista são perdoáveis porque ele é movido pelo amor que sente pela amiga/ficante.

Desaparecidos usa e abusa da chatice e burrice de seus personagens para fazer a história se desenvolver. Assim, quando há uma morte, muitos na plateia pensarão: “Um a menos para apurrinhar”.

Some a tudo isso uma edição de som tosca, que claramente cola falas dubladas nas cenas. Com isso, o filme custa a passar, apesar de sua modesta duração.



Desaparecidos
Direção: David Schurmann
Roteiro: Rafael Blecher, David Schurmann
Elenco: Adriana Veraldi, André Madrini, Charlene Chagas, Fernanda Peviani, Natália Vidall, Pedro Urizzi
Duração: 73 minutos
País: Brasil

Nota: 3

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Um Dia: Noção de tempo

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Muitas pessoas usam as histórias contadas em livros e filmes como exemplos de aprendizado em suas vidas pessoais. A adaptação cinematográfica do romance Um Dia (One Day) mostra as incontáveis variáveis de um encontro amoroso.

O filme acompanha as vidas de Emma e Dexter. O casal interpretado por Anne Hathaway (O Amor e Outras Drogas) e Jim Sturgess (Caminho da Liberdade) se conheceu no final da faculdade e quase foram para a cama logo na primeira noite, mas preferiram seguir pelo caminho da amizade.

Não é preciso ter poderes psíquicos para deduzir que os dois estão destinados a ficar juntos, mas não conseguem logo de cara. Quando se conhecem, Dexter sabe muito bem o que quer da vida, mas Emma ainda não tem confiança sobre suas capacidades.


A partir de então, o espectador testemunha os encontros do casal de amigos no decorrer dos anos, sempre no dia 15 de julho. Mais tarde, Emma engrena uma carreira como professora, mas é extremamente infeliz no amor. Nesse momento, ela precisa do apoio de Dexter, mas o rapaz está muito focado no show business e no consumo de drogas.

Anos depois, a situação se inverte. Emma é uma bem-sucedida escritora e Dexter tenta se reerguer profissionalmente. O casal parece nunca encontrar o equilíbrio perfeito para que o amor entre os dois possa florescer.

O mesmo pode ser repassado para a vida pessoal de cada espectador. A mensagem do filme, e do livro no qual e baseado, é que não basta encontrar a pessoa certa, mas estar preparado para ser a pessoa certa em troca.




Um Dia (One Day)
Direção: Lone Scherfig
Roteiro: David Nicholls
Elenco: Anne Hathaway, Jim Sturgess, Tom Mison, Jodie Whittaker, Patricia Clarkson
Duração: 107 minutos
País: EUA, Reino Unido

Nota: 6

sábado, 26 de novembro de 2011

Os Especialistas: Atrativos em ponto de bala

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Filmes de trabuco formam um gênero cinematográfico que pode ser visto na programação televisiva nas noites de domingo para ajudar os marmanjos a encarar a semana que se inicia em breve. Os Especialistas (Killer Elite) tem todos os ingredientes para cair no gosto dos apreciadores desse tipo de filme.

O protagonista (Jason Statham, de Assassino a Preço Fixo) é um homem solitário que quer deixar para trás seu passado de matanças. No entanto, ele se vê obrigado a voltar à ativa quando seu mentor (Robert De Niro, de As Duas Faces da Lei) é capturado. Sua missão final será atrapalhada por um vilão implacável (Clive Owen, de Trama Internacional).

A ação do filme se divide entre as ruas de uma grande cidade (Londres) e locações exóticas de um país pouco conhecido do grande público (Omã). Durante o cumprimento de sua missão, o protagonista se envolve em assassinatos bem planejados, perseguições empolgantes e muita porrada.


Para dar uma maior justificativa para seu enredo, é anunciado que o filme conta uma história baseada em acontecimentos reais. É nesse ponto que há o exagero passa dos limites em Os Especialistas. O filme é inspirado no livro The Feather Men, que nunca deu provas suficientes sobre a autenticidade de sua trama.

Para deixar ainda mais longe de uma possível verdade, existem enormes diferenças entre o que se lê no livro e o que se vê no filme. O protagonista é outro e o espaço de tempo no qual a história se desenvolve é muito menor na fita. Aí fica totalmente impraticável o rótulo de “baseado em uma história real”.




Os Especialistas (Killer Elite)
Direção: Gary McKendry
Roteiro: Matt Sherring
Elenco: Jason Statham, Clive Owen, Robert De Niro, Dominic Purcell, Aden Young, Yvonne Strahovski
Duração: 116 minutos
País: EUA, Austrália

Nota: 5

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Operação Presente: Receita natalina

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Todos os anos, o mês de dezembro tem opções temáticas no circuito de cinema. Produções natalinas são normalmente direcionadas ao público infantil e o que se espera dos filmes do gênero é uma mistura balanceada entre bom humor e emoção.

Operação Presente (Arthur Christimas) é uma animação que funciona como um perfeito presente de natal: emociona e agrada na medida certa. Como outras histórias sazonais, a premissa é a perda e a recuperação do espírito natalino. A originalidade está na forma como sua história é contada.

Durante o mandato do Papai Noel atual, a população da Terra cresceu muito. Para dar conta de presentear tantas crianças, a equipe do Polo Norte conta com tecnologia de ponta. Durante a entrega dos presentes, equipes de elfos invadem as casas com os embrulhos em uma verdadeira operação de guerra. O contraste entre a tensa do trabalho dos elfos e a emotividade natalina cria a atmosfera cômica do filme.


Os personagens também têm responsabilidade pelo humor do filme. Um grupo estranho é formado para entregar um brinquedo esquecido por uma falha no sistema. Arthur, o protagonista, tem medo de tudo, mas é um grande entusiasta do Natal. Ele vai no trenó do Vovô Noel cumprir a missão ao lado do velhote, que insiste em levar sua rena de estimação. Completa o time Bryony, uma elfa especializada em embrulhos.

Nessa jornada, Arthur precisa superar seus medos e inseguranças. Assim, reafirma o espírito natalino que está em crise por conta da opressora participação da tecnologia no sistema de entrega de presentes.

A mensagem positiva que se pode tirar de Operação Presente é que o novo deve ser estimulado, mas não precisa renegar totalmente os valores originais e tradicionais. Quando o novo e o velho trabalham juntos, o avanço é positivo, como a magia do Natal.




Operação Presente (Arthur Christimas)
Direção: Sarah Smith
Roteiro: Peter Baynham, Sarah Smith
Elenco: James McAvoy, Hugh Laurie, Bill Nighy, Jim Broadbent, Imelda Staunton, Ashley Jensen
Duração: 97 minutos
País: EUA, Reino Unido

Nota: 8

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Os Muppets: Nostalgia e riso

por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?) - último parágrafo


Uma tática recorrente em filmes infantis é colocar piadas que apenas os adultos entenderão. Dessa maneira, agrada-se os pais que levam os filhos ao cinema. Os Muppets (The Muppets) segue outra direção e o filme irá primeiramente agradar os adultos dispostos a se reconectarem com suas infâncias. Toda essa receita começa com os dois atores principais.

Jason Segel já mostrou em Ressaca do Amor sua adoração pelos fantoches criados por Jim Henson e agora também colabora com o roteiro do novo filme. Em Encantada, Amy Adams demonstra sua habilidade de não se levar muito a sério e fazer ótimos números musicais.

O filme em si não se leva a sério, o que dá muita saúde para a produção. Seu humor é baseado na nostalgia de seus antigos fãs (e na total ignorância das novas gerações) e em piadas com si mesmo. Nesse caso, os próprios personagens assumem que estão em um filme, fazendo referências ao orçamento da produção e aos números musicais.


As participações especiais são mais um elemento no charme de Os Muppets. Astros de agora e do passado fazem pequenas pontas para dar mais dinâmica ao enredo.

No entanto, um ponto no roteiro perde força em terras brasileiras. Caco e sua turma são ameaçados de perderem os direitos sobre o nome da trupe. Em uma época em que a Disney está repleta de Kermit, Tinker Bell (Sininho) e menino Christopher (Ursinho Puff), os nomes pelos quais os personagens são conhecidos há décadas parecem não ter muito valor.





Os Muppets (The Muppets)
Direção: James Bobin
Roteiro: Jason Segel, Nicholas Stoller
Elenco: Jason Segel, Amy Adams, Chris Cooper, Rashida Jones, Steve Whitmire, Eric Jacobson, Dave Goelz, Bill Barretta, David Rudman, Matt Vogel, Peter Linz
Duração: 98 minutos
País: EUA

Nota: 7

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Happy Feet 2: Reparos

por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?) - penúltimo parágrafo


Uma das qualidades primordiais de um filme (assim como outras obras artísticas) é a coesão. Quando estreou em 2006, Happy Feet impressiounou pela qualidade técnica, mas pecou pela falta de coesão. Happy Feet 2: O Pinguim (Happy Feet Two) mantém o apuro técnico e remedia a falha estrutural de seu antecessor.

A primeira animação começa em tom leve, muda para uma pegada mais séria e, no final, resolve seus conflitos com uma saída musical que combina mais com a tônica inicial. A sequência é bem mais constante. A mensagem ecológica continua, mas desta vez é transmitida sem comprometer a narrativa.

A história se centra na relação de Mano com seu filho Eric. O filhote é inseguro de suas habilidades e Mano é incapaz de tranquilizá-lo.

Há também a história dos krills Will e Bill. Eles se desapegaram de seu cardume para conhecerem o mundo. Essa trama é mais cômica e não tem uma relação direta com o conflito central de Happy Feet 2. Qualquer semelhança com o esquilo Scrat da série A Era do Gelo não é mera coincidência.


Nas versões dubladas, algumas das canções foram mantidas em inglês. O critério deveria ser mantido para todas as músicas cujas letras não fossem ligadas ao desenvolvimento do enredo. Por se tratar de canções conhecidas, não dá para evitar um certo estranhamento em ouvir os versos em outro idioma.

Antes esse fosse o único problema no quesito músicas cantadas em português... No final do filme, Eric se reconcilia com Mano com uma canção. Pelo raciocínio do parágrafo anterior, a versão brasileira tomou a decisão acertada de traduzir a letra. O problema é que não foi escalada uma criança para cantar com a voz de Eric.

A lambança começou quando um adulto cantou e um efeito foi aplicado ao som. O resultado ficou parecido com Alvin e os Esquilos. Assim, não dá para dedicar a atenção e a emoção para essa cena tão importante quando o que se ouve é algo risível e vergonhoso.





Happy Feet 2: O Pinguim (Happy Feet Two)
Direção: George Miller
Roteiro: Warren Coleman, Gary Eck, Paul Livingston, George Miller
Elenco: Elijah Wood, Robin Williams, Pink, Sofía Vergara, Ava Acres, Hugo Weaving, Brad Pitt, Matt Damon, Hank Azaria
Duração: 100 minutos
País: Austrália

Nota: 5

domingo, 20 de novembro de 2011

A Pele que Habito

 por Vanessa Santos

Spoilerômetro: (?)


Babushkas são aquelas bonecas tchecas que se encaixam umas dentro das outras. A criança abre a primeira e encontra em seu interior outra semelhante, mas menor. Abre essa boneca menor e encontra uma terceira, ainda menor, e assim por diante até a última, pequenínissima, de madeira maciça - que não se abre. O briquedo parece ter por objetivo provocar a surpresa, mas como provocar a surpresa ad infinitum? Basta deixar a boneca fechada; o que há no interior do corpo? Um outro corpo, ainda. O que há no interior deste novo corpo? Também um novo corpo.

Esse paragrafo do livro Metaficção de Gustavo Bernardo resume muito bem A Pele que Habito (La piel que habito), o novo filme de Almodóvar. O longa se divide basicamente em três atos: apresentação dos personagens, suas histórias e de como se tornaram o que são.

Primeiro vemos os personagens no presente e lentamente vemos como chegaram até ali através de flashbacks. Em cada ato parece que abrimos uma daquelas bonecas, mas ao contrário delas cada vez que abrimos temos desagradaveis surpresas sobre personagens complexos, deturpados e aterrorizantes. Mas a surpresa é infinita.


Como não havia visto o trailer e ao menos lido a sinopse, estranhei a classificação do filme dentro do gênero de terror. Mas vendo hoje percebi o porquê. Não é um filme de terror propriamente dito. Não há sustos fáceis ou explícitos, na verdade o que há é o terror do mal estar: o mal estar causado pelo comportamento doentio do personagem de Banderas,o afiar de lâminas (só vendo para entender),o uso do sexo como arma e até mesmo um rabo de tigre (de novo: só vendo para entender).O terror está em sua totalidade, no contexto.

Em A Pele que Habito, Almodóvar se despede das cores fortes, cenários kitsch e personagens femininas fortes. Aqui há homens doentes e vingativos e personagens duplos.

“Um bom filme é aquele capaz de prender a atenção do espectador de tal forma que ele esqueça que está em um cinema”. Billy Wilder estava certo ao fazer essa declaração. Pois mesmo Almodóvar suscitando questões valiosas como evolução da ciência e do homem, o ponto que a ciencia chegou no intuito de criar o super homem, bioética e sexualidade; ele na verdade é um excelente contador de histórias que nos segura na poltrona até chegarmos ao fim da sessão.




A Pele que Habito (La piel que habito)
Roteiro e Direção: Pedro Almodóvar
Elenco: Antonio Banderas, Elena Anaya, Blanca Suárez, Jan Cornet, Marisa Paredes
Duração: 117 minutos
País: Espanha

Assalto em Dose Dupla: Referências em mistério

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Quando se fala em literatura policial em  língua inglesa, os nomes dos autores Agatha Christie e Arthur Conan Doyle são citados constantemente. O filme Assalto em Dose Dupla (Flypaper) mistura fórmulas consagradas por esses dois escritores.

O enredo se passa em um banco que recebe a ilustre visita de dois grupos de assaltantes ao mesmo tempo. Antes que um dólar seja tocado pelos criminosos, um homem misterioso é assassinado no meio do saguão do banco.

Entre funcionários, clientes e ladrões; há treze suspeitos. Tem-se o clássico caso da sala fechada, uma fórmula de trama muito bem explorada na obra de Agatha Christie. Os desdobramentos da história trazem à memória o livro E não Sobrou Nenhum (antes conhecido como O Caso dos Dez Negrinhos).

Assalto em Dose Dupla não nega essa referência e inclui uma fala tirada das páginas escritas por Christie. Essa frase é de Tripp (Patrick Dempsey, de Transformers 3), um cliente do banco com problemas mentais que está determinado a entender o que está verdadeiramente acontecendo no banco.


Para resolver o mistério e conhecer melhor os demais personagens, Tripp faz uso de sua inteligência e de um afinado senso dedutivo. O protagonista é a ligação de Assalto em Dose Dupla com a obra de Arthur Conan Doyle, mais especialmente o detetive Sherlock Holmes.

Com essa receita, os fãs de Christie e Doyle terão bons motivos para assistir ao filme. Já o restante do público pode curtir essa mistura e aproveitar as inserções bem-humoradas do roteiro.




Assalto em Dose Dupla (Flypaper)
Direção: Rob Minkoff
Roteiro: Jon Lucas, Scott Moore
Elenco: Patrick Dempsey, Ashley Judd, Pruitt Taylor Vince, Octavia Spencer, Jeffrey Tambor, Mekhi Phifer, Curtis Armstrong, Tim Blake Nelson, John Ventimiglia, Matt Ryan, Adrian Martinez
Duração: 87 minutos
País: Alemanha, EUA

Nota: 6

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1: Filme Reprodutivo


 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Quando há um casamento, diz-se que dois viram um. No caso de A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1 (The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 1), podemos ver como fazer apenas um livro virar dois filmes. Como em Harry Potter, o último volume da saga vampiresca se transforma em dois longas, mas no caso do bruxo havia história suficiente para justificar o parcelamento.

A Saga Crepúsculo tem dois conflitos principais e as últimas adaptações cinematográficas concentram-se cada uma em uma frente diferente. Nesse filme, o foco é o triângulo amoroso Edward-Bella-Jacob. A questão dos Volturi ficará para o próximo lançamento.

A pergunta que fica é a seguinte: como fazer apenas esse assunto amoroso render quase duas horas de duração? A esperteza do filme está em resolver esse problema de forma lucrativa. Muitas cenas-videoclipe alongam a história (e o tédio de alguns) e ainda aquecem as vendas dos CDs com a trilha. São inúmeras montagens ao som de canções melosas que garantem preciosos minutos para a produção.


Eclipse passou sua mensagem contrária ao sexo pré-nupcial. Portanto, depois que Edward e Bella se casam, eles podem consumar seu amor na lua-de-mel no Rio de Janeiro (sem antes passearem pela Lapa ao som de um sambinha bem falsificado).

Desse encontro acontece uma gravidez. Assim, Amanhecer arruma espaço para seguir sua missão doutrinária e pregar contra o aborto, independente dos risco que a futura mãe corre.

Considerando a lenga-lenga e a mensagem repetitiva, Amanhecer está longe de ser o melhor filme da série, mas também não consegue ser o pior.





A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1 (The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 1)
Direção: Bill Condon
Roteiro: Melissa Rosenberg
Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner, Gil Birmingham, Billy Burke, Sarah Clarke, Ty Olsson, Ashley Greene, Jackson Rathbone, Peter Facinelli, Elizabeth Reaser, Kellan Lutz, Nikki Reed
Duração: 117 minutos
País: EUA

Nota: 4