Spoilerômetro: • (?)
Quando um diretor brasileiro resolve explorar um gênero no qual nosso cinema não é fluente, espera-se que ele pegue fórmulas e referências consagradas em outras cinematografias e adicione brasilidade para criar uma obra interessante. Um bom exemplo dessa prático é o filme de herói Besouro (2009).
Apesar de fincar os pés em referências de A Bruxa de Blair (1999) e Cloverfield – Monstro (2008), infelizmente Desaparecidos apenas adiciona erros e cria um filme que testa a paciência de seu espectador.
Pelo menos há um pouco de criatividade na premissa. Um grupo de amigos é convidado para uma festa onde todos os participantes precisam ficar com câmeras penduradas no pescoço. Os aparelhos ligam e desligam independente e aleatoriamente de tempos em tempos. Com essas regras, cria-se um registro acidental dos acontecimentos.
A festa perde a graça para os personagens quando eles se metem no meio do mato para encontrar um amigo. Eles correm atrás do sujeito e as câmeras conseguem, como que por magia, captar imagens claras. O que se esperaria dessas condições seriam vídeos onde apenas o som pode ser compreendido, já que a câmera oscilaria demais.
Em filmes de terror a motivação dos personagens é muito importante para manter o interesse do público. Em Cloverfield, todas as loucuras do protagonista são perdoáveis porque ele é movido pelo amor que sente pela amiga/ficante.
Desaparecidos usa e abusa da chatice e burrice de seus personagens para fazer a história se desenvolver. Assim, quando há uma morte, muitos na plateia pensarão: “Um a menos para apurrinhar”.
Some a tudo isso uma edição de som tosca, que claramente cola falas dubladas nas cenas. Com isso, o filme custa a passar, apesar de sua modesta duração.
Desaparecidos
Direção: David Schurmann Roteiro: Rafael Blecher, David Schurmann
Elenco: Adriana Veraldi, André Madrini, Charlene Chagas, Fernanda Peviani, Natália Vidall, Pedro Urizzi
Duração: 73 minutos
País: Brasil
Nota: 3
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