Spoilerômetro: • (?)
Em A Pele que Habito (La piel que habito), o diretor Pedro Almodóvar (Abraços Partidos) conta um tipo de história que, à primeira vista, difere do restante da sua cinematografia. No filme, Robert é um cirurgiào plástico que mantém Vera como refém.
A prisioneira é a cobaia em seus expetimentos na criação de uma pele mais resistente. Vera também é o pivô de um plano de vingança arquitetado por Robert, que perdeu sua esposa e filha de forma trágica.
Por Almodóvar explorar em seu últmo filme temas e elementos que lhe são estranhos, A Pele que Habito foi recebido por alguns de seus fãs como uma traição. No entanto, em sua essência o filme é uma obra almadovariana, da mesma maneira que tal indignação está na essência do comportamento do fã.
Não é saudável se esperar que, com mais de 60 anos, Pedro ainda faça o mesmo filme de décadas passadas. É mais proveitoso avaliar como ele evoluiu como cineasta e como ser humano. O amadurecimento se expressa na tela como uma fita mais fria e, por isso mesmo, mais malévola.
A frigidez se justifica, principalmente no protagonista. Se Robert tivesse a explosividade de outros personagens de Almodóvar, A Pele que Habito seria um curta metrtragem sangrento. Um homem que passou pelo que Robert passou só poderia segurar um longa com essa profundiade de temas sendo uma pessoa fria.
A Pele que Habito marca o retorno da parceria de Pedro Almodóvar com Antonio Bandeas (Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos) depois de um hiato de 20 anos – mais um elemento nesse cenário de evolução sem perder a essência.
Depois do final da sessão, pode se perceber que o filme é uma digressão feita por Almodóvar para voltar a alguns temas que lhe são mais íntimos – não me atrevo a listá-los para não estragar a experiência do público.
A Pele que Habito (La piel que habito)
Roteiro e Direção: Pedro Almodóvar
Elenco: Antonio Banderas, Elena Anaya, Blanca Suárez, Jan Cornet, Marisa Paredes
Duração: 117 minutos
País: Espanha
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