Spoilerômetro: • (?)
O personagem principal de A Criança da Meia Noite (La permission de minuit) é um garoto que tem uma doença genética rara chamada XP. Sua pele não processa corretamente os raios UV e, por isso, Romain (Quentin Challal) não pode se expor à luz solar.
Considerando a safra atual de filmes sobre vampiros, não é de se surpreender se um desavisado achar que a produção francesa é mais um nessa lista sangrenta. Na verdade, trata-se de um drama no qual a doença é apenas o gatilho. Por causa dela, Romain é abandonado pelo pai e vê no Dr. David (Vincent Lindon, de Bem-Vindo) uma figura paterna substituta.
O mal genético retratado em A Criança da Meia Noite também é estrela de outros filmes, como no caso das crianças de Os Outros (2001). Nesse caso, a doença é apenas uma desculpa fantasiosa. Por ser uma anomalia recessiva, muito dificilmente dois irmãos (que não sejam gêmeos idênticos) teriam a síndrome.
XP não é a única doença de A Criança da Meia Noite – as demais não são clínicas. A maioria dos portadores da síndrome morre na casa dos 20 anos. Ciente disso, a revolta do adolescente Romain é maior do que aquela que é típica de sua idade.
O filme poderia ser um drama muito mais intenso, se não caísse na mania francesa de alongar os conflitos e discussões a níveis que só Walcyr Carrasco consegue fazer. Um pouco mais de síntese e emotividade fariam bem à saúde do longa.
A Criança da Meia Noite (La permission de minuit)
Roteiro e Direção: Delphine Gleize
Elenco: Vincent Lindon, Emmanuelle Devos, Quentin Challal
Duração: 110 minutos
País: França
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