quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Top 10 Brasil 2015

por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)



1. Que Horas Ela Volta?

O filme é um retrato de um Brasil em transformação, no qual grandes verdades silenciosas começam a ser questionadas pelo empoderamento dos jovens das classes mais baixas, que percebem ter a possibilidade de fazer um governador recuar (não no filme, na vida real mesmo).

O roteiro consegue alinhar seus temas sociais em uma história crível e identificável. A dramaturgia merece elogios pelo equilíbrio de alívios cômicos e pela criação de canas com alto teor simbólico.

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2. A História da Eternidade

O longa de estreia de Camilo Cavalcante mostra uma consciência cênica ímpar, com símbolos e gestos expressivos. A performance do elenco casa com a proposta do diretor em um espetáculo cinematográfico.

3 Casa Grande

O cinema brasileiro já explora há muito tempo as mazelas das classes menos favorecidas e recentemente tateia os conflitos da classe média. O longa carioca finalmente consegue escancarar na tela grande os podres da elite, uma classe que costuma passar impune.

4. Cássia Eller

O documentário traz uma boa pesquisa de imagens de arquivo e coleciona depoentes pertinentes. Há algumas cenas líricas, apenas para pontuar. Todos os elementos tradicionais do gênero estão ali, mas usados para traçar um retrato honesto da cantora e da mulher.

5. Califórnia

Marina Person usa de elementos autobiográficos para criar um romance de formação imbuído de autenticidade. A aposta em um elenco jovem e a boa caracterização de época aumentam a verdade do filme.

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6. Amor, Plástico e Barulho

O longa pernambucano descortina o mundo paralelo da música brega. Com conflitos novelescos e números musicais memoráveis, temos o mais bem-sucedido musical do cinema brasileiro contemporâneo.

7. Chico – Artista Brasileiro

A fórmula é totalmente ortodoxa, com voz do personagem principal como espinha dorsal e sua jornada narrada em ordem cronológica. No entanto, o que brilha é a simpatia e honestidade de Chico, o que faz o público se sentir mais próximo do ídolo.

8. Últimas Conversas
Em seu filme derradeiro, Eduardo Coutinho entrevista jovens da periferia. É inegável a poesia que existe no fato do maior nome do documentário brasileiro apontar para o futuro do país em sua obra póstuma.

9. Chatô, o Rei do Brasil

Não acredito que finalmente vi o filme. Não acredito que suas qualidades resistiram ao longuíssimo processo de produção. Não acredito que suas boas referências glauberianas e ousadia tenham possibilitado sua entrada no top.

10. O Último Cine Drive-in

O roteiro é de uma simplicidade cativante. Os personagens não escondem seus defeitos, especialmente no começo atribulado, mas são todos redimidos por seu amor ao cinema.

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