terça-feira, 2 de agosto de 2011

Transformers X Capitão América: Diferentes medidas de patriotismo

ou “Por que patriota pode rimar com idiota”
 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:

O sentimento antiamericano e Hollywood entram em choque de tempos em tempos. Transformers: O Lado Oculto da Lua e Capitão América: O Primeiro Vingador, lançamentos recentes do cinema, mostram dois lados dessa questão.

Desde o primeiro filme da franquia dos robôs, o diretor Michael Bay fez questão de colocar frases patriotas de efeito nos roteiros, algo recorrente em sua filmografia – que inclui a mentira cinematográfica chamada Pearl Harbor. Falas como “Eles são soldados americanos, não estão acostumados a perder” não colaboram para o andamento do enredo e podem irritar as plateias fora dos Estados Unidos.


 Anos atrás, Hollywood não teria razões para se importar com a opinião do espectador fora da terra do tio Sam. Atualmente, a situação é outra: plateias estrangeiras respondem cada vez mais por um porcentual maior das bilheterias dos blockbusters. A participação de Rússia, China e Brasil é especialmente significativa em lançamentos em 3D, como o último Transformers.

Portanto, com essa postura white trash, o digníssimo sr. Michal Bay dá um tiro no próprio pé.

 
Enquanto isso, os produtores de Capitão América: O Primeiro Vingador tinha um grande desafio pela frente. Patriotismo é parte inerente do personagem e as plateias fora dos Estados Unidos precisam gostar dele, já que até o vindouro filme OsVingadores seria prejudicado se a recepção de Capitão América fosse negativa.

A forma encontrada para equilibrar a equação foi transformar a proposta de guerra parte da história do filme. Depois de passar pela aplicação do soro do Supersoldado, Steve Rogers é usado como garoto-propaganda pelo governo estadunidense. O ponto de virada está exatamente quando ele percebe que terá de ir contra seu próprio governo para fazer o que é certo.



Essa situação não significa a completa proibição do patriotismo em um blockbuster lucrativo. O bom exemplo nesse sentido é a franquia A Lenda do Tesouro Perdido, especialmente seu segundo episódio.

O discurso dos filmes é claramente patriótico, mas sem colocar os Estados Unidos acima de outras nações. A Lenda do Tesouro Perdido quer mostrar os heróis e os momentos bonitos da história estadunidense sem ofender os estrangeiros.

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