Ficha Técnica
Encarnação do DemônioDireção: José Mojica Marins
Roteiro: José Mojica Marins, Dennison Ramalho
Elenco: Milhem Cortaz, Giulio Lopes, José Mojica Marins, José Celso Martinez Corrêa
Duração: 90 minutos
O retorno de Zé do Caixão
por Edu Fernandes
(Spoilerômetro: •)
Depois de mais de quatro décadas, José Mojica Marins consegue produzir Encarnação do Demônio. Ele já tinha feito dois filmes que inicia uma trilogia em À Meia-Noite Levarei sua Alma (1964) e continua em Esta Noite Encarnarei no Seu Cadaver (1967), mas por diversos obstáculos ele não conseguiu concluir sua obra. Ditadura militar, crise no meio cinematográfico e puro azar impediram que o destino final de Zé do Caixão fosse conhecido.
Uma prova de que a produção é uma sequência – e não um réquiem – são as referências aos filmes anteriores. Flashbacks dos acontecidos em décadas passadas são apresentados através de repetição de trechos das fitas antecessoras, mescladas à interação dos personagens antigos no mundo atual. Como as outras partes da trilogia são em preto e branco, quando fantasmas do passado voltam para atormentar o coveiro, eles aparecem sem cores. O efeito convence por causa de um bom trabalho interando a maquiagem com a fotografia.
O primeiro temor é que o cineasta tivesse perdido a mão, depois de tanto tempo deixado de lado. Felizmente, para todos os fãs do gênero terror, ele conseguiu entregar uma bela e assustadora obra. Através de várias exibições de freak show, o espectador sentirá uma angústia muito grande. Encarnação do Demônio com certeza não é aconselhável para pessoas de estômago sensível.
Outros elementos comuns ao gênero estão presentes na produção. Em sua busca pela parceira ideal, Zé do Caixão irá encontrar e se relacionar com um grande número de mulheres nuas. Além do erotismo, há algumas piadas para que o humor possa suavizar um pouco a experiência, com ênfase no “um pouco”...
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