terça-feira, 30 de abril de 2013

É Tudo Verdade 2013

O que? Festival Internacional de Documentários
Quando? Abril
Onde? São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Campinas
Quanto? Entradas gratuitas
Mais informações: site oficial

Matéria: E sobe o giro dos motores

Filmes avaliados

Alexina - Memórias de um Exílio, de Claudio Bezerra e Stella Maris Saldanha (26 min., Brasil, 2012)

Um Filme de Bonecos, de Tulio Viaro (18 min., Brasil, 2013)

Gericinó - Do Lado de Fora, de Gabriel Medeiros e Maria Clara Senra (28 min., Brasil, 2013)

Nosso Nixon (Our Nixon), de Penny Lane (85 min., EUA, 2013)

O Pai do Gol, de Luiz Ferras (17 min., Brasil, 2012)

Palme, de Kristina Lindström e Maud Nycander (105 min., Suécia, 2012)

Paulo Moura – Alma Brasileira, de Eduardo Escorel (86 min., Brasil, 2012)

Philip Roth, sem Complexos (Philip Roth, sans complexe), de William Karel (52 min., França, 2011)

Primo de Segundo Grau (First Cousin Once Removed), de Alan Berliner (78 min., EUA, 2012)

São Paulo Miniatura, de Wiland Pindsdorf (7 min., Brasil, 2012)

*Todos os textos foram publicados nos sites SaraivaConteúdo e BRCine.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Doméstica: Documentário socrático

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


O filósofo grego Sócrates acreditava que todo indivíduo tinha dentro de si o conhecimento, mas que precisava de estímulos para aflorar. Aparentemente, essa é a postura adorada por Gabriel Mascaro (Avenida Brasília Formosa) em seus documentários.

Em Doméstica, ele pediu para que jovens espalhados pelo Brasil registrassem a rotina, a vida, os pensamentos, os princípios e os conflitos de suas empregadas domésticas. A intervenção de Mascaro se dá na orientação e montagem, mas os cinegrafistas filmem o que (e como) bem entenderem.

Mesmo assim, há uma tentativa clara de inferência mínima. Ao deixar que cada família tenha um episódio independente, não se força as comparações inerentes a uma edição paralela. As comparações devem ocorrer na cabeça do espectador e por iniciativa própria.


Com o filme, a plateia ganha um maior repertório para analisar a situação das empregadas domésticas no Brasil. Esse debate anda acalorado recentemente pelas novas leis que garantem direitos trabalhistas a esses profissionais.

Trata-se de um passo adiante do que Mascaro ofereceu com Um Lugar ao Sol (foto ao lado), sobre moradores de coberturas. Neste caso, ele conduzia as entrevistas e comandava a câmera. No entanto, a filosofia de deixar os depoentes mostrarem por si mesmos as contradições e conflitos já era adotada.

No final da sessão de Domésticas, saímos com mais perguntas a serem respondidas sobre o assunto. Isso porque Gabriel escolheu muito bem seus personagens, que ilustram a diversidade de situações de famílias brasileiras.


Doméstica
Roteiro e Direção: Gabriel Mascaro
Elenco: Dilma dos Santos Souza, Flávia Santos Silva, Helena Araújo, Lucimar Roza, Maria das Graças Almeida, Sérgio de Jesus, Vanuza de Oliveira
Duração: 75 minutos
País: Brasil

Nota: 8

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Estreias da semana

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)

 

O Abismo Prateado

Violeta (Alessandra Negrini, de 2 Coelhos) é abandonada pelo marido (Otto Jr., de Novela das 8), que lhe deixa um bilhete sem grandes explicações. A mulher parte em uma jornada pelas ruas do Rio de Janeiro, a princípio para saber o paradeiro do esposo. Mais adiante, a perambulação serve para encontrar a si mesma.

Karim Ainouz (O Céu de Sueli) trabalha bem a intensidade de sua protagonista. O filme traz um mergulho sensorial na tempestade que passa na cabeça dessa mulher. A síntese é uma de suas melhores qualidades, deixando respiros narrativos para o espectador completar.

MAIS:
Vídeo: Emotividade em canção (SaraivaConteúdo)

O Abismo Prateado
Direção: Karim Ainouz
Roteiro: Beatriz Bracher
Elenco: Alessandra Negrini, Camila Amado, Milton Gonçalves, Sérgio Guizé, Thiago Martins, Otto Jr.
Duração: 83 minutos
País: Brasil

Nota: 8

O Abismo Prateado foi visto no Festival do Rio 2011.

Homem de Ferro 3

Tony Stark está traumatizado após a batalha de Nova York. Ele se mantém ocupado na oficina e não dorme direito. Enquanto isso, novos vilões colocam em prática um plano que pode iniciar uma guerra terrorista.

MAIS:
Crítica: Resquícios (por Guilherme Kroll)

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Homem de Ferro 3: Resquícios

 por Guilherme Kroll

Spoilerômetro:  (?)


Após os eventos de Os Vingadores, Tony Stark (Robert Downey Jr., de Sherlock Holmes 2) tenta voltar à sua vida normal ao lado de Pepper Potts (Gwyneth Paltrow, de Contágio), mas o medo de deixar algo ruim acontecer com sua amada somado a uma sucessão de erros no passado o colocam mais uma vez numa batalha contra terroristas.

No presente momento, o subgênero dos super-heróis tem produzido filmes bons e divertidos todos os anos, representando uma receita forte para estúdios e gerando um público fiel e empolgado. Há alguns anos a Marvel vem se sedimentando nesse contexto especialmente com os filmes interligados dos Vingadores, que ao mesmo tempo dividem um universo, mas geram produções completamente auto-contidos.

Homem de Ferro 3 (Iron Man 3) é o primeiro filme pós Os Vingadores e que, em tese, abre caminho para Os Vingadores 2 (2015). No longa, Tony Stark agora está às voltas com a ameaça do Mandarim (Ben Kingsley, de O Ditador) e da IMA, ao mesmo tempo que tem que lidar com ataques de pânico, decorrente o trauma dos eventos mostrados na reunião dos super-heróis.


Mesmo com as referências, não é necessário ter visto nenhum filme anterior pra apreciar este. É uma história simples e despretensiosa, muito mais voltada para o público infantil que as anteriores.

Dessa vez Tony não lida mais com os excessos da bebida e dos seus poderes, mas com os tais ataques de pânico. Há humor meio pastelão, com as armaduras tropeçando e o vilão soltando puns. Tem até mesmo um parceiro-mirim para Tony, que o ajuda quando ele está com fugindo da IMA.

No espaço reservado ao antagonismo, saem os vilões sérios e o militarismo dos filmes anteriores, e entra um afetado Guy Pearce (Prometheus), que faz um inimigo cujas motivações de cientista louco beiram o absurdo. Seus planos envolvem de algum jeito matar o presidente e se colocar no controle da nação. Já Ben Kingsley faz um ótimo Mandarim, aqui apenas um testa-de-ferro, um papel muito menor do que o arqui-vilão que é nos quadrinhos.


O ponto alto do filme são as participações da linda Rebecca Hall (O Dobro ou Nada), uma cientista também envolvida com o passado e o presente de Tony Stark. Dessa vez a Shield não dá as caras e não vemos outros dos Vingadores, mas há uma cena depois dos créditos que reserva uma participação especial.

A direção, no geral, é competente, assinada por Shane Black (Beijos e Tiros), mas não é especialmente marcante. O trabalho de Jon Favreau (Cowboys e Aliens) era melhor, mas aqui ele ficou apenas com a produção e uma ponta no começo do filme.

Resumindo, Homem de Ferro 3 é um filme divertido, mas não é, nem de longe o melhor da franquia. Vale como uma boa “Sessão da Tarde”.


Homem de Ferro 3
Direção: Shane Black
Roteiro: Shane Black, Drew Pearce
Elenco: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Rebecca Hall, Don Cheadle, Guy Pearce, Ben
Kingsley e Jon Favreau
Duração: 130 minutos
País: EUA, China

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Estreias da semana

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)

O Acordo

John tem uma transportadora, mas entrará no mundo do tráfico de drogas para salvar seu filho. Jason aceitou receber comprimidos e foi incriminado. O empresário precisa ajudar a polícia a capturar um criminoso para diminuir a pena do jovem.

LEIA MAIS:
Crítica: Péssimas boas ideias

Ginger & Rosa

Duas jovens se conhecem por toda a vida e sofrem problemas familiares na Londres do início dos anos 1960. Ginger associa a separação dos pais com a Crise dos Mísseis de Cuba e começa a ter pensamentos sobre o fim do mundo.

LEIA MAIS:
Crítica: Mente feminina

Hoje

Vera muda-se para um apartamento e reencontra Luiz, seu companheiro no amor e na luta contra a ditadura. Ele foi considerado morto e ela pretende escondê-lo, pois teme perder a indenização.

LEIA MAIS:
Crítica do filme (BRCine)


Meu Pé de Laranja Lima

Zezé (João Guilherme Ávila) é um garoto endiabrado que vive no interior com sua família. Ele começa uma amizade com Portuga (José de Abreu, de E Aí, Comeu?), um adulto que compreende a imaginação do menino. Dessa relação, os dois aprendem muito.

O filme segue os preceitos do livro de José Mauro de Vasconcelos: emociona ao jogar com a fantasia da infância. As sequências de sonho de Zezé são feitas com simplicidade, em sintonia à atmosfera do enredo.

LEIA MAIS:
Cobertura: “É um filme sobre a importância da imaginação”, diz diretor (SaraivaConteúdo)
Vídeo (SaraivaConteúdo) – em breve

Meu Pé de Laranja Lima
Direção: Marcos Bernstein
Roteiro: Marcos Bernstein, Melanie Dimantas
Elenco: João Guilherme Ávila, José de Abreu, Caco Ciocler, Eduardo Dascar, Kathia Calil
Duração: 99 minutos
País: Brasil

Nota: 7

Meu Pé de Laranja Lima foi visto no Festival do Rio 2012.

A Morte do Demônio

Um grupo de amigos se isola em um casebre para que Mia possa se livrar do vício em drogas. A descoberta de um livro antigo liberta um demônio com sede de sangue.

LEIA MAIS:
Crítica cômica: Estupidez galopante- por Moura

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Ginger & Rosa: Mente feminina

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Quando um filme é escrito por uma mulher, dirigido por uma mulher e o título é formado pelo nome de duas mulheres; é de se esperar que o roteiro seja voltado para o público feminino. Pois é exatamente o que oferece Ginger & Rosa.

As duas moças que dão nome à produção se conhecem desde a mais tenra idade. Em 1962, elas passam pelos últimos anos da adolescência e dividem as descobertas dessa fase da vida. O primeiro cigarro, as primeiras aventuras amorosas e os conflitos com os pais.

O enredo é visto pelo olhar de Ginger (Elle Fanning, de Compramos um Zoológico), que passa por um momento complicado. O casamento de seus pais está em dificuldades e ela está engajada nos movimentos civis que culminarão com as revoltas do final dos anos 1960.


Por ainda ser uma psique em formação em um cenário de grande tensão, Ginger mistura seus problemas pessoais com os acontecimentos no mundo. Por isso, ela associa o comportamento egocêntrico de seu pai (Alessandro Nivola, de Coco Antes de Chanel) com a Crise de Mísseis em Cuba. Assim, fica com pensamentos apocalípticos e se sente totalmente impotente.

Nessa situação-limite, entramos na cabeça da jovem, mas com bastante sensibilidade. É nesse ponto em que é necessária uma perspectiva feminina. Se o espectador for másculo demais, ficará frustrado e provavelmente bravo ao prever os erros que os personagens cometerão.

Ginger & Rosa traz personagens verossímeis e atores em sintonia. Assim, o que acontece na tela são as consequências de falhas de caráter e de julgamento que são visíveis apenas para os espectadores. É com essa consciência que precisamos entrar na sala de projeção.


Ginger & Rosa
Roteiro e Direção: Sally Potter
Elenco: Elle Fanning, Alice Englert, Alessandro Nivola, Christina Hendricks, Timothy Spall, Oliver Platt, Annette Bening
Duração: 90 minutos
País: Reino Unido, Dinamarca, Canadá, Croácia

Nota: 8

quarta-feira, 17 de abril de 2013

O Acordo: Péssimas boas ideias

por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


O tráfico de drogas é uma das mazelas do mundo. E se aumentássemos as penas para esse crime? Assim, obrigamos os capturados a delatar seus parceiros em troca de menos tempo de prisão. Parece uma boa ideia, mas vemos em O Acordo (Snitch) suas consequências cruéis.

Jason (Rafi Gavron, de Fuga Implacável) concorda em receber um pacote de pílulas ilegais, mas a entrega era uma armadilha para prendê-lo. Agora ele deve entregar algum colega de tráfico, mas ele não conhece ninguém, apenas quem o delatou. O jovem não concorda em armar algum jeito de incriminar outra pessoa e pode ter de enfrentar dez anos atrás das grades.


Seu pai (Dwayne Johnson, de G.I. Joe: Retaliação) entra em acordo com uma promotora (Susan Sarandon, de A Viagem) para diminuir a pena do filho. John adentra em um mundo que lhe é estranho e arrisca sua vida só para se utilizar de uma lei infeliz.

O filme segue como um título de ação padrão, com doses de suspense e perseguições automobilísticas. O contexto relevante é o que lhe dá alguma personalidade, mas as questões poderiam ser aprofundadas.

É visível que a guerra contra as drogas, como é travada hoje é cara e sangrenta. Muitos documentários dão sugestões alternativas, porém tais propostas não são tão populares nas eleições. Por isso, seguimos vivendo nessa atmosfera de medo.


O Acordo (Snitch)
Direção: Ric Roman Waugh
Roteiro: Justin Haythe, Ric Roman Waugh
Elenco: Dwayne Johnson, Barry Pepper, Jon Bernthal, Susan Sarandon, Michael K. Williams, Rafi Gavron, Melina Kanakaredes, Nadine Velazquez, Benjamin Bratt
Duração: 112 minutos
País: EUA, Emirados Árabes Unidos

Nota: 6

A Morte do Demônio: Estupidez galopante

 Por Moura 

Spoilerômetro:  (?)


Um monte de roteiro de cinema precisa que os personagens tomem decisões estúpidas para que a história aconteça. Em A Morte do Demônio (Evil Dead), toda burrice está concentrada na cabeça gorda de Eric (Lou Taylor Pucci, de A Música Nunca Parou).

Tudo começa quando ele e um grupo de amigos decidem passar um fim de semana numa casinha isolada no meio do mato. Típico cenário de filme de terror, saca? Mas o objetivo da temporada é bacana: apoiar a pobre Mia (Jane Levy, de Pequeno Problema, Mega Confusão). A mocinha tenta se livrar das dorgas e isso sempre vem com uma baita crise de abstinência. Por isso que todo mundo se enfurnou na casinha.

Quando estão pra entrar lá, percebem que a porta foi arrombada. A teoria da turma do Scooby Doo é que algo mais foi arrombado por ali. Eles suspeitam que uns mulekes entraram ali com suas peguetes. Tá certo que eles iam ter que camelar pra chegar lá com suas distintas acompanhantes, mas vai que elas valiam a pena...


Pois bem, eles decidem ficar por lá mesmo. Mia reclama de um fedor que sente no ar e antes que os amigos procurem quem tá com a mão amarela, descobrem que o cheiro vem do porão. Eles descem e veem uma sala macabra, com um monte de gatos mortos penduradas. Parece que lá rolou um incêndio, só pra completar o cenário infernal. Eles também acham por lá um pacote medonho e é aí que começa a jornada de Eric rumo ao prêmio Nobel.

Não sei vocês, mas eu quero distância de objetos que possam estar envolvidos com mandinga. Não que eu acredite, mas minha vida já é zicada demais pra eu dar essa chance. O gênio indomável do Eric acha que é uma boa ideia levar o pacote para o quarto. Isso mesmo, ele pretende dormir perto da bagaça!

Vamos então descrever o pacote pra vocês sentirem o drama: uma lona preta amarrada com arame farpado. Eu acho que isso é um aviso sutil de que não é pra abrir. O problema é que Eric não é um homem de sutilezas, não. Ele pega um alicate e revela o livro que tá lá dentro.


Vamos então descrever o livro pra vocês sentirem o drama: uma capa grossa de couro (aparentemente humano) remendada por umas costuras toscas (como se o estagiário do SUS fosse quem deu os pontos), as páginas tão tudo sujinha de sangue (tiri-ti-ti-ti!). Lá tá escrito um monte de coisa estranha com um alfabeto esquisito, com umas ilustrações demoníacas pra fechar o combo. Nem se fosse o diário da Barbie nesse pacote eu ia chegar perto, imagina esse rascunho do inferno de livro!

Eric é cabra-homem. Ele vê as coisas que estão escritas em sangue (isso mesmo, EM SANGUE) que diz: fecha o livro, joga o troço fora, queima Senhor!!! Eric pensa: pega nada! Aí chega numa página que diz: "Não lê isso aqui que o Tinhoso vai atrás de você”. Eric diz: pega nada! E resolve revelar a mensagem que vai trazer o Canhestro de volta.

Para ficar mais legal, Eric é analfabeto funcional (e infernal). Conforme ele revela as palavras mágicas com um papelzinho e lápis, ele vai lendo em voz alta. EM VOZ ALTA NÃO, ERIC! E aí o que NINGUÉM esperava acontece, o Belzebu tá solto e vai atrás dos amiguinhos do Eric tudo.


Com isso, a gente vê um monte de cena tensa e nojenta, uma desculpa ideal pra pegar na mão da pessoa na poltrona do lado. Não é á toa que terror rima com amor, minha gente!

No meio de toda a desgraça, a gente fica com dó dos amigos, com medo do Diabo e com raiva do QI do Eric. O consolo é que o espertalhão é o que mais sofre na mão da assombração. Esse apanha mais do que o Sonnen do Anderson Silva.


A Morte do Demônio (Evil Dead)
Direção: Fede Alvarez
Roteiro: Fede Alvarez, Rodo Sayagues
Elenco: Jane Levy, Shiloh Fernandez, Lou Taylor Pucci, Jessica Lucas, Elizabeth Blackmore
Duração: 91 minutos
País: EUA

Nota: 7

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Estreias da semana

por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)

Angie

Uma artista abandona o Brasil e percorre os Estados Unidos. Ela leva uma vida nômade na tentativa de fugir do passado.

LEIA MAIS:
Crítica do filme (BRCine)

O Carteiro

Victor é um carteiro curioso do interior do Rio Grande do Sul. Ele se apaixona pela nova moradora do vilarejo e decide violar suas correspondências. Seu objetivo é atrapalhar o namoro à distância da moça.

LEIA MAIS:
Crítica do filme (Cinequanon)


Chamada de Emergência

Uma telefonista (Halle Berry, de A Viagem) do 911 atende a ligação de uma adolescente (Abigail Breslin, de Noite de Ano Novo) que diz ter sido sequestrada. A atendente desconfia que o criminoso seja um serial killer.

A perseguição dá uma injeção de adrenalina nos dois primeiros terços do filme. Infelizmente, o roteiro se empolga demais e passa dos limites no final, que ganha ares de sadismo.

Chamada de Emergência (The Call)
Direção: Brad Anderson
Roteiro: Richard D'Ovidio
Elenco: Halle Berry, Abigail Breslin, Morris Chestnut, Michael Eklund, David Otunga, Michael Imperioli, Justina Machado, José Zúñiga
Duração: 94 minutos
País: EUA

Nota: 5

Juan e a Bailarina

Todos os anos, os moradores de um asilo temem pelas férias da enfermeira. Em sua ausência, um jovem toma seu posto e maltrata os idosos. Eles resolvem se unir para derrotar o vilão.

LEIA MAIS:
Crítica: Microcosmo maduro


Oblivion

Jack (Tom Cruise, de Jack Reacher: O Último Tiro) e Victoria (Andrea Riseborough, de W.E. – O Romance do Século) são os únicos humanos na Terra. Sua missão é acompanhar a coleta de energia pela água do mar. Depois, se juntarão ao resto da humanidade em Titã, uma vez que o planeta foi devastado em uma guerra nuclear contra alienígenas.

Jack já desconfia que nem tudo é como lhe foi contado. A chegada de Julia (Olga Kurylenko, de Sete Psicopatas e um Shih Tzu), uma mulher que habita seus sonhos, fará com que suas suspeitas aumentem.

A construção do mistério é realmente instigante, conforme o espectador descobre fragmentos da verdade aos poucos. O problema é que, se houver atenção aos detalhes, alguns furos no roteiro ficam evidentes.

LEIA MAIS:
Entrevista com atrizes (SaraivaConteúdo) – em breve

Oblivion
Direção: Joseph Kosinski
Roteiro: Joseph Kosinski, Karl Gajdusek, Michael Arndt
Elenco: Tom Cruise, Morgan Freeman, Olga Kurylenko, Andrea Riseborough, Nikolaj Coster-Waldau, Melissa Leo
Duração: 126 minutos
País: EUA

Nota: 5

Vocês Ainda não Viram Nada

Um dramaturgo morre e seus último pedido é que os atores de sua companhia teatral assistam a uma nova montagem de sua peça. Ao verem o espetáculo, eles relembram seus papéis.

LEIA MAIS:
Crítica: A magia do palco

Vocês Ainda não Viram Nada: A magia do palco

por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


A relação entre o teatro e o cinema data dos primórdios da sétima arte. Há uma dinâmica entre esses dois meios que ganha novo fôlego com filmes como Vocês Ainda não Viram Nada (Vous n'avez encore rien vu).

Logo no começo, uma série de atores são convocados pelo telefone por causa da morte de um dramaturgo (Denis Podalydès, de Adeus Berthe). Todos os atores são chamados por seu nome real, o que já coloca o filme sobre a margem entre realidade e ficção.

Quando chegam à casa do falecido, eles são presenteados com um vídeo que mostra uma montagem recente de uma peça de autoria de Antoine. Todos os atores ali presentes já subiram ao palco para desempenhar aqueles papéis, então é impossível não relembrar os diálogos.


Aos poucos, eles começam a reencenar a peça, acompanhando o vídeo. Gradativamente o filme se permite entrar no jogo cênico e cenários são incluídos em chroma-key*.

É com essa proposta que o diretor Alain Resnais (Ervas Daninhas) traz uma nova aproximação entre teatro e cinema. Vislumbra-se a fantasia vivenciada pelos atores, mas mantêm-se os recursos cinematográficos. De uma maneira geral, trata-se de uma aula em celuloide.

* Chroma-key: quando um fundo de cor única é substituído digitalmente por outra imagem, recurso muito usado no seriado Chapolin.


Vocês Ainda não Viram Nada (Vous n'avez encore rien vu)
Direção: Alain Resnais
Roteiro: Alex Reval, Laurent Herbiet
Elenco: Mathieu Amalric, Pierre Arditi, Sabine Azéma, Jean-Noël Brouté, Anne Consigny, Anny Duperey, Hippolyte Girardot, Gérard Lartigau, Michel Piccoli, Denis Podalydès, Michel Robin, Andrzej Seweryn, Jean-Chrétien Sibertin-Blanc, Michel Vuillermoz, Lambert Wilson
Duração: 115 minutos
País: França, Alemanha

Nota: 7

sábado, 6 de abril de 2013

Estreias da semana

por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Uma História de Amor e Fúria

Um guerreiro imortal (Selton Mello, de Reis e Ratos) percorre séculos da História do Brasil para ficar ao lado da amada (Camila Pitanga, de Eu Receberia as Piores Notícias de Seus Lindos Lábios). Ele passa pela luta indígena, Balaiada, ditadura militar e a escassez de água no futuro.

A animação é importante por ensinar a juventude a nossa História sem se esquecer do entretenimento. O roteiro traz uma versão diferente da que está na maioria dos livros, focada nos movimentos sociais.

LEIA MAIS:
Cobertura: Diretor diz “admirar os animadores”
Vídeo: Entrevista com Luiz Bolognesi e Selton Mello

Uma História de Amor e Fúria
Roteiro e Direção: Luiz Bolognesi
Elenco: Selton Mello, Camila Pitanga, Rodrigo Santoro
Duração: 98 minutos
País: Brasil

Nota: 8

Uma História de Amor e Fúria foi visto no Festival do Rio 2012.

Invasão a Casa Branca

O presidente dos Estados Unidos cai em uma armadilha e o país está em perigo. O agente secreto Mike Banning deve lutar sozinho contra um grupo de criminosos bem armados que invadiu a Casa Branca.

LEIA MAIS:
Crítica: Quando o patriota é incoveniente

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Escreva Lola Escreva: Limitações positivas

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)



Todo crítico de cinema que se preze admitirá que o gosto pessoal acaba vazando para nossos textos. O livro Escreva Lola Escreva – Crônicas de Cinema é um exemplo claro do bom uso de tal característica.

Na coletânea, a autora Lola Aronovich torna o relato altamente pessoal. Ela conta o quanto chorou em determinadas sessões e as diferenças de opinião dela com o “maridão”, por exemplo.

Com essa opção, compreendemos sua ressalva em relação a Wall-e, causada por seu asco a baratas acima do poder de abstração. Assim, mesmo que o leitor (munido de bom senso) discorde as opiniões da escritora, não se cria um conflito. Tal harmonia só é possível porque Lola nunca pretende estar hierarquicamente acima de quem lê.

É uma pena que tal lição para a profissão tenha de partir de alguém que grita aos quatro ventos não se considerar uma crítica de cinema. A admissão da limitação pessoal é um exercício de humildade que poucos críticos praticam e isso causa rusgas.

É por essa razão que discordo dos colegas que julgam ter autoridade para falar mal de Os Vingadores (ou outra adaptação de HQ) sem nunca na vida terem aberto um gibi. A César o que é de César, e ao nerd o que é do nerd.

Escreva Lola Escreva – Crônicas de Cinema
Autora: Lola Aronovich
Editora: ComArte
Páginas: 176
Formato: 16 x 16 cm

Invasão à Casa Branca: Quando o patriota é inconveniente

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Já falei sobre o patriotismo em Hollywood em outro texto aqui mesmo no CineDude. Vejo-me obrigado a voltar ao assunto por causa de Invasão à Casa Branca (Olympus Has Fallen).

O filme conta a história de como o presidente dos Estados Unidos (Aaron Eckhart, de Diário de um Jornalista Bêbado) é vítima de um atentado em que ele e sua equipe são colocados no bunker juntos com os inimigos. Cabe ao agente secreto Mike Banning (Gerard Butler, de Redenção) salvar a pátria.

A dinâmica é bem parecida com a de Duro de Matar (1988): um homem com poucos recursos bélicos contra um grupo de bandidos que invadiu um prédio. A diferença entre os dois títulos é que o lançamento tem menos senso de humor e muito mais patriotismo.

Há algumas cenas de passagem com a bandeira dos Estados Unidos sempre ao fundo e outros clichês. No entanto, um dos maiores exemplos está no momento em que a Secretária de Defesa (Melissa Leo, de O Voo) é pega pelo vilão para ser torturada e potencialmente morta.


Uma pessoa normal iria chorar, rezar ou chamar pelas pessoas amadas. A tal Ruth McMillan prefere repetir o juramento à bandeira, com a boca toda sujinha de sangue.

Atualmente, as bilheterias estrangeiras somam 70% do faturamento de um filme hollywoodiano. Portanto, lançar um longa com um discurso tão pró-EUA é um tiro no pé. Quando o filme em questão traz o patriotismo em cenas pontuais, que poderiam ser cortadas ou trocadas, é pior ainda.

Com alguns dias a mais na edição e a regravação de pedaços de cenas, Invasão à Casa Branca poderia ganhar uma versão internacional menos ofensiva à nossa dignidade.

O argumento de que tal medida seria um hercúleo esforço de produção não cola. Se Angelina Jolie conseguiu gravar Na Terra do Amor e do Ódio duas vezes (uma com diálogos em inglês e outra na língua nativa dos personagens), esse longa também conseguiria.


Invasão à Casa Branca (Olympus Has Fallen)
Direção: Antoine Fuqua
Roteiro: Creighton Rothenberger, Katrin Benedikt
Elenco: Gerard Butler, Aaron Eckhart, Finley Jacobsen, Dylan McDermott, Rick Yune, Morgan Freeman, Angela Bassett, Melissa Leo, Radha Mitchell, Ashley Judd
Duração: 120 minutos
País: EUA

Nota: 4