sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Estreias da semana

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)

A Caverna dos Sonhos Perdidos

As primeiras pinturas não foram feitas em telas planas, mas na parede das cavernas. O documentário em 3D exibe as gravuras mais antigas já descobertas.

LEIA MAIS:
Crítica do filme


Lincoln

Durante a Guerra de Secessão, o presidente Lincoln (Daniel Day-Lewis, de Nine) percebeu a chance de instaurar o fim da escravidão nos Estados Unidos. Para isso, realizou uma série de negociações com membros do Congresso.

Há 10 anos, Steven Spielberg contou a história de outro libertador em A Lista de Schindler. A diferença é que o roteiro de seu filme mais antigo passou por uma “limpeza de diálogos” para deixar as falas mais enxutas. Seu trabalho mais recente não seguiu o mesmo caminho e ficou verborrágico e sonolento – sem contar a patriotada.

LEIA MAIS:
Texto comparativo com A Lista de Schindler (Saraiva Conteúdo)

Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Tony Kushner
Elenco: Daniel Day-Lewis, Sally Field, David Strathairn, Joseph Gordon-Levitt, James Spader, Hal Holbrook, Tommy Lee Jones, John Hawkes, Jackie Earle Haley, Bruce McGill, Tim Blake Nelson
Duração: 150 minutos
País: EUA

Nota: 4

O Mestre

Um homem volta da guerra traumatizado e encontra certo conforto no culto com um líder misterioso. Paul Thomas Anderson trata com cinismo a fé e tem um ótimo elenco para isso.

LEIA MAIS:
Crítica do filme


País do Desejo

A pianista Roberta (Maria Padilha, de Fim da Linha) sofre de uma doença grave. Sua vida muda completamente quando conhece Padre José (Fábio Assunção, de Totalmente Inocentes).

O roteiro desse filme deveria ter passado por uma intensa revisão antes que permitissem o começo das gravações. De tempos em tempos, a história traz elementos gratuitos e bizarros, como se a única intenção fosse chocar ou surpreender a qualquer custo.

Direção: Paulo Caldas
Roteiro: Paulo Caldas, Pedro Severien, Amin Stepple
Elenco: Fábio Assunção, Gabriel Braga Nunes, Nicolau Breyner, Germano Haiut, Maria Padilha
Duração: 78 minutos
País: Brasil, Portugal

Nota: 3

País do Desejo foi visto na Mostra CineBH 2011


O Resgate

Depois de cumprir sua pena, Will (Nicolas Cage, de Reféns) sai da cadeia determinado a deixar a criminalidade no passado. Um ex-parceiro de crime (Josh Lucas, de J. Edgar) vai atrapalhar sua decisão ao sequestrar a filha dele (Sami Gayle, de O Substituto). O vilão exige uma grande quantia em dinheiro que obriga Will a fazer coisas que tinha deixado para trás.

O filme não tem qualquer traço personalidade e parece já ter sido visto anteriormente em alguma sessão televisiva. Se não fosse pelo apelo que o ator principal ainda tem, com certeza o título seria lançado diretamente em DVD.

O Resgate (Stolen)
Direção: Simon West
Roteiro: David Guggenheim
Elenco: Nicolas Cage, Josh Lucas ,Danny Huston, Malin Åkerman, Sami Gayle, Edrick Browne, Mark Valley, Barry Shabaka Henley, M.C. Gainey
Duração: 96 minutos
País: EUA

Nota: 5

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Caverna dos Sonhos: 3D com porquê

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Quando se fala na história da pintura, logo se imagina tela com pinceladas. O que poucas vezes lembramos é que tudo começou na pré-História, com gravuras nas paredes das cavernas. Os registros mais antigos desse tipo de expressão foram descobertos em 1994 no interior da França. As imagens da caverna foram feitas a mais de 30 mil anos. Esse é o cenário e o tema do documentário A Caverna dos Sonhos Perdidos (Cave of Forgotten Dreams).

As pinturas mais famosas do mundo são planas como uma tela de cinema, mas as pinturas rupestres são feitas sobre pedras irregulares. Por esse motivo o diretor Werner Herzog (Vício Frenético) decidiu realizar seu filme em 3D. Portanto, é aconselhável vê-lo nesse formato.


O ponto mais frágil do longa é sua narração, que passa do limite e parece um documentário antiquado de vida selvagem – a produção é do History Channel, o que pode explicar tal característica. Por outro lado, os enquadramentos e os movimentos de câmera oferecem uma imersão no mundo daquelas gravuras impressionantes.

Quando o assunto são obras tão antigas, arte e ciência andam lado a lado e A Caverna dos Sonhos Perdidos faz bem em retratar esses dois aspectos em suas cenas e depoimentos. As descobertas científicas obtidas pelos achados no local são tão importantes quanto a expressividade daquelas imagens. Assim, há muita instrução na viagem que o espectador fará ao ver esse filme.

A Caverna dos Sonhos Perdidos (Cave of Forgotten Dreams)
Roteiro e Direção: Werner Herzog
Elenco: -documentário-
Duração: 90 minutos
País: Canadá, EUA, França, Alemanha, Reino Unido

Nota: 8

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O Mestre: Cínico

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Uma das características do cinema narrativo é a manipulação das emoções da plateia. Todo filme tem um objetivo: rir, chorar, animar, inspirar... No caso de O Mestre (The Master), o longa brinca com cinismo e isso se percebe em várias áreas do filme.

A história acompanha um veterano de guerra (Joaquin Phoenix, de Amantes) que volta para casa traumatizado e alcoólatra. Em 1950, Freddie encontra o líder (Philip Seymour Hoffman, de O Homem que Mudou o Jogo) de A Causa, um grupo exótico no qual religião, filosofia e ciência se confundem. Lancaster é o autor de um livro em que explica os preceitos de sua fé e agora escreve o segundo volume.

Durante todo o desenrolar do filme não fica claro para o espectador o quanto Lancaster é um charlatão ou o quanto ele realmente acredita no que faz. É nessa brecha que nasce todo o cinismo de O Mestre. O mesmo vale para outros personagens.


A música composta por Jonny Greenwood (Precisamos Falar sobre o Kevin) mistura ritmos dissonantes. Batidas agitadas mesclam-se com instrumentos mais clássicos e a trilha dita o cinismo na massa sonora do filme.

Na parte visual, a mensagem é transmitida por desfoques. São constantes enquadramentos em que os personagens são visíveis, mas há objetos embaçados no primeiro plano. Assim, fica implícito que não se pode ver tudo com clareza, como as intenções dos personagens.

Tudo isso funciona sob a tutela do competente diretor. Paul Thomas Anderson (Sangue Negro) apresenta mais um grande filme e nos brinca com alguns belos movimentos de câmera.


O Mestre (The Master)
Roteiro e Direção: Paul Thomas Anderson
Elenco: Joaquin Phoenix, Philip Seymour Hoffman, Amy Adams, Jesse Plemons, Ambyr Childers, Rami Malek
Duração: 144 minutos
País: EUA

Nota: 8

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Estreias da semana

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)

Amor

Michael Haneke leva sua personalidade provocadora para uma história de amor de rugas. O resultado, como não poderia ser diferente, é uma grande angústia.

LEIA MAIS:
Crítica do filme


Django Livre

Imagine como seria um faroeste nas mãos de Quentin Tarantino (Bastardos Inglórios). Se você conhece um pouquinho o diretor pop/cult, chegou bem perto do que é seu mais recente trabalho. Os diálogos eloquentes, a violência gráfica, o politicamente incorreto e todos os ingredientes que vimos em sua filmografia está lá, mas em um cenário diferente.

A história é sobre um ex-escravo (Jamie Foxx, de Quero Matar Meu Chefe) liberto por um caçador de recompensas (Christoph Waltz, de Deus da Canificina). Depois de aprender o ofício com o mentor, Django parte para o resgate de sua esposa (Kerry Washington, de Destinos Ligados), que agora é propriedade de um sádico fazendeiro de algodão (Leonardo DiCaprio, de J. Edgar).

Django Livre (Django Unchained)
Roteiro e Direção: Quentin Tarantino
Elenco: Jamie Foxx, Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio, Kerry Washington, Samuel L. Jackson
Duração: 165 minutos
País: EUA

Nota: 8

O Último Desafio

Faz nove anos que Arnold Schwarzenegger não encara um protagonista no cinema. Ele não podia ter escolhido um título que melhor mate a saudade do astro de ação. No entanto, não fosse pelo retorno do austríaco à tela grande, o filme seria totalmente genérico.

LEIA MAIS:
Crítica comparativa com Jack Reacher – O Último Tiro

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Amor: A angústia de Haneke

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Os mais famosos trabalhos do diretor alemão Michael Haneke são A Fita Branca (2009) e as duas versões de Violência Gratuita (1997 e 2007). Em Amor (Amour) ele narra os últimos dias de Anne (Emmanuelle Riva, de A Sombra da Dúvida), uma francesa octogenária que é cuidada pelo marino Georges (Jean-Louis Trintignant, de Janis e John).

Tal drama parece não se encaixar na obra do cineasta, mas Haneke consegue imprimir personalidade na tela. A angústia que marca seus filmes está presente em Amor. A começar porque já sabemos na primeira cena que Anne morre no final. O que motiva é descobrir o que aconteceu com o esposo.

O uso de planos longos e contínuos colabora para que a angústia se instale Além disso, essa opção combina com a idade avançada dos personagens, em que tudo é mais vagaroso.


A maldição de Amélie

Amor foi indicado ao Oscar de filme estrangeiro e ainda concorre em mais quatro categorias. Em um primeiro olhar, ele parece o favorito, mas o histórico da premiação indica o oposto. Como aconteceu recentemente com O Fabuloso Destino de Amélie Poulin (2001) e O Labirinto do Fauno (2006), quando um filme estrangeiro é indicado em outras categorias, perde na competição internacional.

Isso indica que, para Hollywood o resto do mundo produz uma “série B cinematográfica”. Segundo esse raciocínio infeliz, se uma filme mostra-se capaz de se sobressair e competir com produções em inglês, tornar-se inelegível entre os estrangeiros.


Amor (Amour)
Roteiro e Direção: Michael Haneke
Elenco: Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva, Isabelle Huppert
Duração: 127 minutos
País: Fança, Alemanha, Áustria

Nota: 8

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Estreias da Semana

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Uma Família em Apuros

“As crianças de hoje em dia...”, reclamam muitos. Essa comédia despretensiosa mostra que na maioria dos casos a culpa está na conivência dos pais, na ditadura do politicamente correto. Atualmente há uma síndrome para justificar qualquer comportamento inapropriado dos pequenos, mas é raro assumir que a criança é simplesmente mal-educada.

No filme, um casal na casa dos 60 é convocado para cuidar dos netos por uma semana. O choque entre o modo mais intuitivo de criação e educação com a forma melindrosa que impera na geração atual de pais incompetentes é o motivo das piadas.

Uma Família em Apuros (Parental Guidance)
Direção: Andy Fickman
Roteiro: Lisa Addario, Joe Syracuse
Elenco: Billy Crystal, Bette Midler, Marisa Tomei, Tom Everett Scott, Bailee Madison, Joshua Rush, Kyle Harrison Breitkopf
Duração: 104 minutos
País: EUA

Nota: 6

Jack Reacher – O Último Tiro

Tom Cruise não se cansa de colecionar heróis de filmes de ação. Nessa nova produção, o personagem demonstra uma inteligência tão treinada quanto seus reflexos para investigar um massacre causado por um atirador de elite. Frases de efeito são o confeito final para esse apetitoso prato para os marmanjos.

LEIA MAIS:
Crítica comparativa com O Último Desafio


O Sacrifício

Tudo começa com uma conspiração para a tomada do poder na China. Há uma empolgante sequência com cenas de luta e muito sangue derramado. No final, o médico Cheng Ying (You Ge, de Inimigos do Império) tem seu filho morto por engado, no lugar do último herdeiro do clã Zhao.

A partir daí, cessam-se os combate e o que segura a atenção é a história de vingança. Ela “nunca é plena, mata a alma e a envenena”, já dizia Seu Maruga. Esses efeitos colaterais da vingança é o tema do filme, uma vez que o desejo de matar Tu Angu (Xueqi Wang, de Guerreiros do Céu e da Terra) consome as energias do protagonista.

O Sacrifício (Zhao shi gu er)
Direção: Kaige Chen
Roteiro: Ningyu Zhao
Elenco: You Ge, Xueqi Wang, Fengyi Zhang, Xiaoming Huang, Bingbing Fan
Duração: 122 minutos
País: China

Nota: 5

A Viagem

Os irmãos Wachowski (Matrix) voltam com uma trama confusa e existencialista. Com seis histórias paralelas e quase três horas de duração, é preciso atenção e paciência para curtir o filme. Algumas sequências são boas, mas a verborragia com vários narradores não combina com o potencial da linguagem cinematográfica.

LEIA MAIS:
Causos de Cinema: E no começo havia o verbo...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Causos de Cinema: A Viagem: E no começo, havia o verbo

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)
para Matrix


A seção Causos de Cinema relata acontecimentos que vão além do filme na experiência de ir ao cinema.


A imprensa assiste aos filmes antes da estreia em sessões especiais, as chamadas cabines. Por não serem como as sessões de circuito, os erros na projeção são mais comuns.

Dito isso, vamos à cabine de imprensa de A Viagem (Cloud Atlas). Quando o filme foi iniciado, as luzes da sala se apagaram, mas os presentes só conseguiam ouvir a trilha e as primeiras falas. Não havia qualquer imagem na tela. Depois de pouco tempo, os problemas foram corrigidos e a sessão foi reiniciada.

Depois de visto o filme, penso que o ocorrido foi um presságio do que estava por vir. O roteiro acompanha seis histórias em paralelo, cada uma em um tempo histórico diferente. A mensagem é de que tudo está conectado e de que a humanidade se repete em seus erros e suas motivações.


O presságio se dá por causa da falação que é o filme, apesar de não ter desgostado dele como um todo. Na maioria das tramas paralelas há um narrador, muitas vezes redundante com a imagem. Essa falha parece ser um vício de alguns cineastas e pode ser encontrada até no passado dos próprios irmãos Wachowski.

Um exemplo da verborragia está na cena do Arquiteto na trilogia Matrix. Quando a assisti, percebi que precisaria rever tal cena para entender plenamente tudo o que foi dito ali. Em A Viagem há vários momentos assim, apesar de não ser complicado entender o geral do enredo.

Quando o texto é muito denso e complexo em um livro, basta reler as páginas. Quando se está em uma sala de cinema, tal artimanha é impraticável. Por isso que filmes contam com tempos mortos e respiros. Sem contar que não confiar no visual para contar a história é um contrassenso com a sétima arte.


A Viagem (Cloud Atlas)
Roteiro e Direção: Tom Tykwer, Andy Wachowski, Lana Wachowski
Elenco: Tom Hanks, Halle Berry, Jim Broadbent, Hugo Weaving, Jim Sturgess, Doona Bae, Ben Whishaw, Keith David, James D'Arcy, Xun Zhou, David Gyasi, Susan Sarandon, Hugh Grant
Duração: 172 minutos
País: Alemanha, EUA, Hong Kong, Singapura

Nota: 6

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Jack Reacher X Último Desafio: Cota feminina

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


O teste Bechdel é uma forma de medir a participação de personagens femininos no cinema. Para um filme passar no exame, é preciso ter uma cena em que duas mulheres tenham uma conversa que não seja sobre homens. Pode ser algo simples como: “Você vai comprar sapato?” “Vou, sim”. Mesmo assim, muitos filmes contemporâneos não conseguem cumprir esse requisito e dois deles chegam ao Brasil em breve.

Para Jack Reacher: O Último Tiro (Jack Reacher) passar no teste é quase impossível, pois há apenas uma personagem feminina de destaque. A advogada Helen (Rosamund Pike, de Fúria de Titãs 2) pede a ajudado investigador militar Jack Reacher (Tom Cruise, de Rock of Ages) para entender um massacre.

Helen é forte e determinada, de acordo com o que se espera de uma mulher moderna. No entanto, ela não tem chance de conversar com outra mulher. Parece que ela só entra em cena para exibir seus olhos azuis e ter algum flerte com o protagonista.


Já em O Último Desafio (The Last Stand) há pelo menos quatro mulheres com falas. Contudo, todas estão submissas a homens. O filme narra a fuga do criminoso Cortez (Eduardo Noriega, de Ponto de Vista), que quer cruzar a fronteira dos Estados Unidos com o México por uma pequena cidade. O que o vilão não sabe é que o local é protegido pelo xerife Ray Owens (Arnold Schwarzenegger, de Os Mercenários 2).

Na equipe de Ryan está a policial Torrance (Jaimie Alexander, de Thor), mas ela não tem uma amiga/colega/irmã/mãe para trocar um par de palavras. Na fuga de Cortez, ele sequestra a agente Richards (Genesis Rodriguez, de O Que Esperar Quando Você Está Esperando) e ela também é a única mulher de sua equipe. Há ainda uma policial no helicóptero que persegue o vilão, mas sua participação é pequena.

Fora do ambiente militar, ainda há a garçonete da lanchonete (Melissa Molinaro, de Comando Vermelho). Se ela servisse almoço para Torrance e perguntasse se ela quer bife mal passado, O Último Desafio passaria no teste Bachdel. Como as outras mulheres, o papel da jovem é enfeitar a tela.

Em tempos em que as mulheres do cinema, até as princesas da Disney, não são apenas donzelas em perigo; não é aceitável essa situação. É triste ver filmes nos quais as mulheres dependam tanto dos personagens masculinos.

Jack Reacher: O Último Tiro (Jack Reacher)
Roteiro e Direção: Christopher McQuarrie
Elenco: Tom Cruise, Rosamund Pike, Richard Jenkins, David Oyelowo, Werner Herzog
Duração: 130 minutos
País: EUA

Nota: 6

O Último Desafio (The Last Stand)
Direção: Jee-woon Kim
Roteiro: Andrew Knauer, Jeffrey Nachmanoff, George Nolfi
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Rodrigo Santoro, Genesis Rodriguez, Forest Whitaker, Jaimie Alexander, Johnny Knoxville, Luis Guzmán, Eduardo Noriega, Melissa Molinaro
Duração: 107 minutos
País: EUA

Nota: 5

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Estreias da semana

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Detona Ralph

Depois da reunião entre Disney e Pixar, o papel das produtoras se inverteu. Enquanto a Pixar realiza animaçõezinhas genéricas, a Disney resolve fazer um Toy Story no mundo dos videogames.

O vilão Ralph está cansado do isolamento e resolve ir para outros jogos. Seu objetivo é conquistar uma medalha que mudará sua situação. A jornada traz referências a muitos jogos de verdade e a história de amizade emociona.

LEIA MAIS:
Matéria: Fase Bônus: Na telona e em capítulos (SaraivaConteúdo)

Detona Ralph (Wreck-It Ralph)
Direção: Rich Moore
Roteiro: Phil Johnston, Jennifer Lee
Elenco: John C. Reilly, Sarah Silverman, Jack McBrayer, Jane Lynch, Alan Tudyk
Duração: 108 minutos
País: EUA

Nota: 8


Paris-Manhattan

Woody Allen (Para Roma, com Amor) coleciona fãs ao redor do mundo, mas a protagonista dessa comédia romântica leva a relação com o cineasta muito a sério. A farmacêutica Alice (Alice Taglioni, de Fuga pela Vida) conversa com um pôster do diretor e pede por seus conselhos na vida amorosa dela.

O filme tem sua graça, até para quem não é muito ligado no trabalho de Allen. O problema é que a história percorre cerca de quinze anos da vida de Alice e ela é sempre vivida pela mesma atriz – o mesmo vale para o resto do elenco. No começo do filme, ela é uma universitária, mas os atores estão todos acima dos 35 anos de idade.

Roteiro e Direção: Sophie Lellouche
Elenco: Alice Taglioni, Patrick Bruel, Marine Delterme, Louis-Do de Lencquesaing, Michel Aumont, Marie-Christine Adam, Yannick Soulier
Duração: 77 minutos
País: França

Nota: 6

Sete Psicopatas e um Shih Tzu

O diretor Martin McDonagh e o ator Colin Farrell juntam forças mais uma vez para fazer o público rir de uma comédia com humor inusitado. O galã irlandês vive um roteirista que se envolve em uma perseguição violenta enquanto tenta escrever um filme sobre psicopatas. O triunfo de Na Mira do Chefe é alcançado mais uma vez pela dupla.

LEIA MAIS:
Crítica do filme


O Som ao Redor

A classe média é uma parcela cada vez mais significativa da população brasileira. Esse filme mostra várias mazelas da classe, seu conservadorismo e seu egoísmo.

O pano de fundo é uma rua de Recife, que recebe um novo serviço de segurança particular. Os personagens mostram situações que acontecem em qualquer grande cidade do país. A esperança que resta é que agora possamos produzir um filme que mire mais alto: na elite.

LEIA MAIS:
Mini-crítica do filme durante o Festival do Rio 2012

Roteiro e Direção: Kleber Mendonça Filho
Elenco: Irandhir Santos, Gustavo Jahn, Maeve Jinkings, WJ Solha, Irma Brown, Lula Terra, Albert Tenorio, Nivaldo Nascimento, Yuri Holanda, Clebia Souza
Duração: 131 minutos
País: Brasil

Nota: 10

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Sete Psicopatas: Humor absurdo

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Os gêneros cinematográficos ajudam o público a saber o que se deve esperar de cada filme. No entanto, quando se trata de uma comédia absurda, sabe-se apenas que haverá riso em situações inesperadas.

Nesse sentido, o nome que o filme Sete Psicopatas e um Shih Tzu (Seven Psycopaths) ganhou no Brasil é melhor do que o original. Ao incluir na lista o pequeno cachorro de origem asiática, o título já anuncia o estranhamento que deve ser esperado. O nome original não consegue transmitir essa mensagem.

A história gira em torno de um aspirante a roteirista (Colin Farrell, de O Vingador do Futuro) que quer escrever um filme sobre sete psicopatas. Conforme batalha para compor cada página, Marty se envolve em uma perseguição violenta entre um mafioso (Woody Harrelson, de Jogos Vorazes) e sequestradores de cães.


A proximidade entre os conflitos que o escritor testemunha e os que estarão em seu roteiro produz momentos de metalinguagem. O recurso funciona bem em uma comédia absurda. Outro ponto positivo é o roteiro (do filme mesmo, não o que o personagem escreve), que explica muita coisa e deixa outras tantas em aberto – só para que o espectador não fique muito seguro de si.

O mais importante, contudo, é o objetivo da produção. Sete Psicopatas e um Shih Tzu alerta para a loucura generalizada na sociedade estadunidense. A denúncia social é um dos principais papéis da comédia, em filmes ou em outros meios.

Atualmente a comédia absurda foi usada em outra oportunidade com o mesmo propósito. Os Homens que Encaravam Cabras (2009), outro título propositalmente bizarro, usa piadas inesperadas para mostrar o lado psicológico da guerra.


Sete Psicopatas e um Shih Tzu (Seven Psycopaths)
Roteiro e Direção: Martin McDonagh
Elenco: Colin Farrell, Woody Harrelson, Sam Rockwell, Abbie Cornish, Christopher Walken, Linda Bright Clay
Duração: 110 minutos
País: Reino Unido

Nota: 7

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Os Melhores de 2012 – Internacional

por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Eis a lista dos melhores filmes estrangeiros que entrarem em cartaz nas salas comerciais do Brasil. Para ver a lista dos títulos nacionais, clique aqui.

1. Drive

Se os filmes de trabuco de Charles Bronson fossem elegantes, eles seriam assim. Um raro exemplo de adaptação que fica melhor do que a obra original.

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Crítica comparativa com Shame

2. Precisamos Falar sobre o Kevin

Atores em sintonia e uma história impactante fazem a experiência de ver esse filme ser algo marcante. Recomenda-se reservar algum tempo depois da sessão antes de fazer qualquer outra coisa.

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Causos de Cinema: Pausa necessária

3. A Separação

A premissa do filme parece simples, mas permite que se veja um complexo retrato da sociedade iraniana. Mesmo sob ameaças, prisões e exílios; os realizadores de lá ainda produzem pérolas como esta.

LEIA MAIS:
Crítica do filme

4. Moonrise Kingdom

A atmosfera de estranhamento de Wes Anderson (O Fantástico Senhor Raposo) permanece presente. O bom uso do elenco infantil traz uma inesperada fofura para a obra do cineasta.

5. As Vantagens de Ser Invisível

Costumo dizer que quanto mais o cineasta está pessoalmente envolvido com a história do filme, pior é o resultado. Neste caso, o autor do romance o transformou em roteiro de cinema e ainda assumiu a direção. Trata-se de uma sensível exceção.

LEIA MAIS:
Perfil dos atores do filme

6. Fausto

Há inúmeras adaptações dessa história, mas Aleksandr Sokurov (Aleksandra) resolveu usar o incômodo do espectador como espinha dorsal para sua versão. Uma experiência extenuante que só funciona por causa do talento do diretor.

LEIA MAIS:
Crítica do filme

7. Jogos Vorazes

A missão dessa nova franquia é preencher a lacuna no mercado deixada pelo fim de Harry Potter e Crepúsculo. No entanto, o primeiro capítulo mostra inteligência e ainda traz crítica social. Esses ingredientes fazem muito bem a qualquer filme, especialmente em produções para o público jovem.

8. Pina

Depois da onde de pirotecnia pós-Avatar, parece que encontramos tempo para fazer filmes em que o 3D acrescenta algo ao conjunto. Um documentário sobre uma importante dançarina parece ser a oportunidade ideal para explorar os recursos da estereoscopia.

LEIA MAIS:
Crítica do filme

9. A Primeira Coisa Bela

Italianos são famosos por sua dramaticidade e nesse filme se faz justiça ao estereótipo. O roteiro consegue autenticidade com personagens imperfeitos e a mensagem é igualmente bonita e emocionante.

LEIA MAIS:
Crítica do filme

10. Tomboy

Às mentes pequenas que acham que a homossexualidade é algo que se incute na cabeça das crianças, esse filme mostra que o negócio funciona diferente. É o preconceito que pode ser ensinado.

LEIA MAIS:
Crítica do filme

Os Melhores de 2012 – Brasil

por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Sempre tenho muitos problemas em fazer estas fatídicas listas de melhores do ano. A dificuldade se dá porque acho muito complicado comparar filmes de gêneros distintos. No entanto, vamos a ela: a lista dos melhores filmes nacionais que entraram em cartaz em circuito comercial em 2012. A lista dos estrangeiros pode ser encontrada aqui.

1. Febre do Rato

Quase perco esse filme, muito porque tenho preguiça de Amarelo Manga (2002), primeiro longa de Cláudio Assis. Felizmente consegui conferir o novo filme no Curta Santos. O uso da câmera e a opção pelo preto-e-branco remete a bons momentos do Cinema Novo – um elogio que parece estranho para quem conhece meu gosto, que não é muito alinhado ao movimento estilístico encabeçado por Glauber Rocha.

2. A Música Segundo Tom Jobim

Nelson Pereira dos Santos (Vidas Secas) mostra que mantém seu olhar afinado e consegue fazer um documentário de primeira só com imagens de arquivo, sem depoimentos.

3. Tropicália

Imagens de arquivo são a principal matéria prima desse documentário, que oferece um mergulho no final dos anos 1960.

LEIA MAIS:
Crítica do filme
Entrevista com o diretor (em vídeo)

4. Era uma Vez Eu, Verônica

Hermila Guedes (Assalto ao Banco Central) mostra toda sua força dramática e carrega esse belo drama. As questões pessoais e a afirmação sexual da protagonista são bem exploradas.

LEIA MAIS:
Entrevista com Hermila Guedes (SaraivaConteúdo)

5. Histórias que só Existem quando Lembradas

Costumo dizer que, para o meu gosto, filmes com andamento arrastado são como uma receita culinária de difícil execução: na maioria das vezes o resultado é negativo. Se esse filme está aqui, é claro que é uma exceção.

LEIA MAIS:
Crítica do filme
Entrevista com a diretora (SaraivaConteúdo)

6. 2 Coelhos

Sou um grande defensor de cinema nacional de gênero. Nesse filme há claras referências aos filmes de Hollywood, mas sem perder a brasilidade.

LEIA MAIS:
Crítica do filme
Entrevista com o diretor (UOL Cinema)

7. Paraísos Artificiais

Atualmente as maiores bilheterias do cinema nacional estão em comédias em que se fala de sexo e drogas. Esses temas são explorados apenas por seu potencial cômico e não como questões importantes para a sociedade contemporânea. Esse filme jovem traz um contraponto positivo para essa situação.

LEIA MAIS:
Crítica do filme

8. Eu Receberia as Piores Notícias de Seus Lindos Lábios

Beto Brant (Os Matadores) impõe sua personalidade, mas deixa o envolvimento por questões locais entrar no filme, como cenas que sobram ao roteiro. As boas interpretações do trio de protagonistas colocam o filme na lista.

LEIA MAIS:
Crítica do filme

9. Gonzaga – De Pai para Filho

Depois do furacão 2 Filhos de Francisco (2005), Breno Silveira não conseguiu igualar seu feito. A bilheteria de seu mais recente trabalho não chegou perto da cinebiografia sertaneja, mas o resultado deve ser considerado positivo. Vivemos um tempo diferente no mercado e a época do lançamento foi muito infeliz.

LEIA MAIS:
Abertura do Festival do Rio 2012 (SaraivaConteúdo)
Entrevista com diretor e atores (SaraivaConteúdo)

10. As Hiper Mulheres

Possivelmente esse será o primeiro de um ciclo de produção indígena. Temos a chance de ver uma cultura em processo de extinção, um dos mais nobres papéis do cinema. Por enquanto, o filme só foi lançado no Rio Grande do Sul, então o resto do país ainda pode torcer para vê-lo.