quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Bruna Surfistinha



Sinopse: Raquel é uma jovem de classe média que se considera a mais feia da escola. Ela decide mudar de vida e fugir de casa. Raquel arruma emprego em uma casa de prostituição e muda seu nome para Bruna Surfistinha.


Ficha Técnica
Bruna Surfistinha
Direção: Marcus Baldini
Roteiro: José de Carvalho, Homero Olivetto, Antônia Pellegrino
Elenco: Deborah Secco, Cássio Gabus Mendes, Cristina Lago, Drica Moraes, Fabiula Nascimento, Guta Ruiz
Duração: 109 minutos
País: Brasil


Sem medo da verdade
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O filme Bruna Surfistinha é mais um eco da repercussão do blog criado por uma garota de programa. Depois de fazer muito barulho no mundo virtual e nas livrarias, muitas entrevistas concedidas e participações em programas televisivos, nada mais natural do que explorar esse sucesso no cinema e conseguir uma boa bilheteria.

A boa notícia é que o filme faz por merecer a comoção que acompanha o lançamento. A expectativa é que isso se traduza em ingressos.

Os temas do filme (prostituição e muitos tabus sexuais, adultério, choque de classes sociais) são difíceis de serem tratados. O resultado poderia facilmente ficar confuso, exagerado, panfletário ou covarde. Felizmente, Bruna Surfistinha trata com muita sinceridade de todos eles.

Algumas alterações foram feitas, como o total esquecimento da passagens de Bruna pelos filmes pornôs, pelo bem da unidade narrativa. O que não foi poupado foram as cenas de sexo, com direito a fetiches exóticos.

Deborah Secco está bem como a protagonista. Ela consegue transparecer muito bem a transformação da inocente Raquel para a máquina sensual chamada Bruna. Só há dois problemas em seu trabalho. Primeiramente, ela até convence como colegial, mas quando contracena com atores muito mais jovens, sua idade fica aparente.

Outro problema está mais para o final, quando o filme como um todo exagera no tom e fica quase caricato para retratar o uso de cocaína. Aí a atuação de Deborah fica comprometida, mas no final, a tônica geral é regulada e o longa termina satisfatoriamente.   


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

127 Horas



Sinopse: Aron é um amante de aventuras. Durante uma de suas expedições pelos cânions, ele sofre uma queda e fica com o braço direito preso entre a montanha e uma rocha.



Ficha Técnica
127 Horas (127 Hours)
Direção: Danny Boyle
Roteiro: Danny Boyle, Simon Beaufoy
Elenco: James Franco, Kate Mara, Amber Tamblyn
Duração: 94 minutos
País: EUA, Reino Unido


Para entender um cineasta
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Ao assistir a Quem Quer Ser um Milionário?, muitas pessoas podem ter achado estranho que a otimista fita sobre o garoto indiano era dirigida pelo mesmo sujeito responsável pelos zumbis de Extermínio e pelos drogados de Trainspoting.

127 Horas (127 Hours) chega para preencher esse hiato temático na cinematografia de Danny Boyle. Da mesma maneira que Jamal repassa sua vida enquanto responde às perguntas do game show, Aron reavalia as decisões de sua vida e a forma como sempre tratou as pessoas mais próximas a ele.

Como está sozinho no meio dos cânions, a reflexão de Aron é muito mais profunda; Como o que está em risco é sua vida (e não o prêmio de um programa de televisão), a tensão de 127 Horas é mais próxima dos filmes mais perturbadores da carreira de Boyle.

Muitas áreas técnicas merecem elogios, especialmente a edição e a trilha musical. Mesmo assim, o que há de mais surpreendente no filme é que ele é a primeira oportunidade para James Franco interpretar um protagonista em um filme realmente bom.


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Besouro Verde



Sinopse: Brett Reid é um filhinho de papai que se vê dono de um império de mídia quando seu pai morre. Só que da sua relação problemática com seu pai ele decide fazer alguma diferença para o mundo. E, ao lado de seu mecânico Kato, resolve combater o crime como o vigilante Besouro Verde.


Ficha Técnica
O Besouro Verde (The Green Hornet)
Direção: Michel Gondry
Roteiro: Seth Rogen, Evan Goldberg
Elenco: Seth Rogen, Jay Chou, Cameron Diaz, Tom Wilkinson, Christoph Waltz
Duração: 119 minutos
País: EUA

 por Guilherme Kroll

O Besouro Verde (The Green Hornet) é um filme que foi e voltou nos projetos de Hollywood inúmeras vezes. Já passou na mão de Kevin Smith e de outras pessoas antes de terminar com Seth Rogen, que o escreveu, produziu e é sua estrela principal.

Baseado no herói sério das novelas de rádio, quadrinhos e de um seriado televisivo (que tinha Bruce Lee no papel de Kato), na versão de Rogen, dirigida pelo ótimo Michel Gondry, virou uma divertida comédia, nos moldes de Segurando as Pontas. O resultado é bem divertido, especialmente para quem está tomando o primeiro contato com o personagem. Fãs antigos, entretanto, se sentirão com a infância violada, apesar de grandes homenagens a episódios clássicos do seriado.

Desconsiderando os mais puristas, trata-se de uma comédia despretensiosa bem-sucedida. O roteiro de Rogen se foca em pequenas desvirtuações de roteiros de histórias de super-heróis (como a questão do envolvimento amoroso entre o herói e a mocinha), piadas visuais, diálogos hilários e numa storyline saída de um filme ruim do Steven Seagal.

Michel Gondry vai bem no filme de ação, mostrando ser bom em qualquer estilo. Ele consegue colocar sua assinatura em vários detalhes, como os carros que se multiplicam enquanto Kato corre, ou então na tela dividida quando os bandidos põe a cabeça do Besouro Verde a prêmio.

O elenco é ótimo, tem Chritoph Waltz como vilão principal, uma ponta genial do James Franco e Edward James Olmos em um papel central. Só Cameron Diaz que decepciona um pouco em seu papel, mas seu envelhecimento é fonte de boas piadas.

Os efeitos em 3D, entretanto, não acrescentam absolutamente nada ao longa. Parecem ser uma exigência da Hollywood atual, mas podíamos passar muito bem sem.

Posto tudo isso, O Besouro Verde é para novos fãs, para gente disposta a ver uma boa comédia. Se quiser ver o personagem original, procure importar o Box da série televisiva.


Burlesque



Sinopse: Ali é uma jovem ambiciosa e talentosa que sai de Iowa e parte para Los Angeles em busca de fama. Na cidade grande, ela acaba encontrando amor, família e sucesso no Burlesque, um bar comandado por Tess.


Ficha Técnica
Burlesque
Direção: Steve Antin
Roteiro: Diablo Cody, Keith Merryman, Steve Antin
Elenco: Cher, Christina Aguilera, Stanley Tucci, Cam Gigandet, Kristin Bell, Alan Cumming, Eric Dane
Duração: 120min.
País: EUA


Aguardado e decepcionante
 por Paulo Costa*

(Spoilerômetro: )

Chegou aos cinemas de todo o país o musical Burlesque, um mix de diversos filmes do gênero, partindo de Show Bar até chegar ao Moulin Rouge, mas o resultado final é algo desagradável e até mesmo desnecessário.

O filme tem bons momentos, a trilha sonora é bem produzida, as cenas de dança são bem ensaiadas, a fotografia, os figurinos também não ficam para trás, porém o filme não se resume somente a parte estética. Seu roteiro é fraco, adolescente demais e abarrotado de clichês, sem falar em piadinhas medonhas que só mesmo as adolescentes fanáticas por Aguilera irão achar graça.

Vale pontuar a atuação da "aspirante a atriz". É extremamnnet irritante ver a falta de carisma que Aguilera traz para seu personagem e suas caras e bocas chegam a nos dar calafrios em várias cenas, conseguindo superar até mesmo as caretas de Miley Cyrus quando incorpora Hannah Montana.

O maior pecado do filme talvez seja o elenco recheado de famosos astros que de alguma forma foram mal explorados. Isso inclui nomes como Stanley Tucci, Alan Cumming, Eric Dane e até mesmo Cher.

Num apanhado geral, o longa passa longe de ser um grande filme mas consegue ser angraçadinho, divertido e comovente, para o público dos 12 aos 18 anos que ama Christina Aguilera e não entende nada do que deve ser um ótimo Musical.

Burlesque realmente tem esse apelo adolescente, mas também é bom ressaltar que tem um grande apelo ao público homossexual. No entanto, essa parcela sairá do cinema desapontado, os mais velhos por verem Cher interpretando ela mesma e os mais novos ao verem Aguilera numa versão ainda mais drag do que ela já é. O maior e imperdoavel erro de Burlesque é não ter proporcionado aos fãs das duas divas pops ao menos um duetozinho sequer durante todo o filme.

Mas ainda me resta uma dúvida não respondida, por que Christina insiste em gritar em todas as músicas?

* Texto originalmente publicado no blog Cine e Cia


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei



Sinopse: Desde a infância, George VI sofre de gagueira e falar em público sempre lhe foi um martírio. Quando seu irmão mais velho abdica do trono, ele torna-se rei. Ele fará um tratamento diferente com Lionel Logue para superar seu problema de fala.


Ficha Técnica
O Discurso do Rei (The King’s Speech)
Direção: Tom Hooper
Roteiro: David Seidler
Elenco: Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter, Guy Pearce
Duração: 118 minutos
País: Reino Unido, Austrália, EUA


Atuação!
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Para garantir a concretização de O Discurso do Rei (The King’s Speech), os produtores perceberam que precisavam garantir um ator de renome no elenco. Por isso, esforçaram-se para que Geoffrey Rush (o Capitão Barbosa de Piratas do Caribe) embarcasse no projeto e colocaram uma cópia do roteiro na caixa de correio dele.

Com o australiano confirmado na equipe, partiram em busca de um protagonista em Paul Bettany (Criação). Ele recusou e a oportunidade caiu no colo de Colin Firth (Direito de Amar). Com essa manobra, o espectador ganha um ótimo duelo de talentos entre Colin e Geoffrey, em uma fantástica história real.

O treinamento que Geroge VI passa para superar a gagueira tem muito de exercícios de atuação e de aquecimento vocal, como fazem os cantores. Isso mostra as novas habilidades que todas as figuras públicas precisavam adquirir na época em que se passa o filme, no começo do século XX. Além disso, dá espaço para que o talento de ambos atores seja apreciado.

Por outro lado, a atuação de Timothy Spall (o Rabicho de Harry Potter) como Winston Churchill é tão afetada que passa do limite da caricatura. Suas caretas e sua entonação exagerada parecem uma paródia do primeiro-ministro britânico para algum tipo de comédia. Felizmente, ele aparece em poucas cenas.


Bravura Indômita



Sinopse: O pai de Mattie é assassinado por Tom Chaney. Ela resolve contratar Rooster Cogburn para persegui-lo e exige acompanhar a caçada ao criminoso.


Ficha Técnica
Bravura Indômita (True Grit)
Roteiro e Direção: Joel Coen, Ethan Coen
Elenco: Jeff Bridges, Hailee Steinfeld, Matt Damon, Josh Brolin, Barry Pepper
Duração: 110 minutos
País: EUA


Onde os bravos têm vez
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: trailer)

Vários pontos ligam Bravura Indômita (True Grit) a outro filme roteirizado e dirigido pelos irmãos Coen, Onde os Fracos não Têm Vez.

Ambos são adaptações de romances e grande parte do enredo acontece em uma caçada humana, em que o alvo é interpretado por Josh Brolin. Enquanto Onde os Fracos... é visto do ponto da caça, em Bravura Indômita acompanha-se a jornada do caçador.

Outra diferença está no tema. Onde os Fracos... tem muitos personagens covardes. Seja Llewelyn que não bate de frente com seu perseguidor, seja Anton que sempre mata pessoas desarmadas. Em um dos pouco duelos que Anton participa, acaba fugindo. Já Bravura Indômita é sobre coragem e o roteiro sabe muito bem como dar vez para que cada personagem demonstre sua bravura em momentos diferentes.

O que há de comum são os bons posicionamentos de câmera e a construção de quadros esteticamente interessantes. Por outro lado, o final dos dois filmes sofre de um arrasto, mas enquanto Onde os Fracos... acaba de forma que pode ser frustrante, Bravura Indômita ganha novo fôlego na sequência final.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O Vencedor



Sinopse: A história do começo da carreira de Micky Ward como boxeador. Ele teve de superar uma família sufocadora e ser treinado por um irmão viciado em crack, que por isso não era confiável.


Ficha Técnica
O Vencedor (The Fighter)
Direção: David O. Russell
Roteiro: Scott Silver, Paul Tamasy, Eric Johnson
Elenco: Mark Wahlberg, Christian Bale, Amy Adams, Melissa Leo, Mickey O'Keefe, Jack McGee
Duração: 115 minutos
País: EUA


A vez de Bale
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Nos úlitmos blockbusters estrelados por Christian Bale algo estranho acontece: sempre surge um ator em papel secundário que rouba a cena. Em O Vencedor (The Fighter), o processo é o inverso do que aconteceu em Exterminador do Futuro 4 e Batman - O Cavaleiro das Trevas.

O papel principal é de Mark Wahlberg (Uma Noite Fora de Série), que se preparou por anos para o papel. Mark chegou a levar o roteiro para oferecê-lo a Martin Scorsese, mas a ideia foi rejeitada. Scorcese já fez um filme em que um boxeador é o personagem principal em Touro Indomável.

Mesmo com Wahlberg como protagonista, Christian Bale apresenta uma atuação impressionante que deixa qualquer outro ator para trás. Vale lembrar que ele contracena com duas atrizes indicadas ao Oscar: Amy Adams (Julie & Julia) e Melissa Leo (Veronika Decide Morrer).

A primeira impressão é de que Bale não conseguirá sustentar todos os trejeitos do personagem, mas ele é infalível. Para o papel de um ex-boxeador viciado em crack, perdeu peso e chegou a desaparecer por um tempo.

A história de superação de O Vencedor tem todos os ingredientes para emocionar quem é fã de esportes de combate, ou apenas de quem quer ver a determinação dos personagens.


Cisne Negro



Sinopse: Nina é uma bailarina muito determinada. Quando ela conquista o papel de Rainha Cisne no espetáculo O Lago dos Cisnes, não suporta a pressão psicológica.


Ficha Técnica
Cisne Negro (Black Swan)
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Mark Heyman, Andres Heinz, John J. McLaughlin
Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis, Vincent Cassel, Barbara Hershey, Winona Ryder
Duração: 108 minutos
País: EUA


Dentro de uma mente doentia
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

A ideia original do diretor Darren Aronofsky era unir os protagonistas de O Lutador e de Cisne Negro (Black Swan) em um filme só, em um casal. Logo percebeu que seria muita coisa para um filme só e resolveu dividi-los para que pudessem viver suas próprias histórias. Com isso, os amantes do bom cinema ganharam duas grandes obras.

O que une os dois enredos é a determinação por suas respectivas carreiras. Enquanto Randy não conseguia felicidade que não estivesse associada ao mundo da luta livre, Nina só pensa nos espetáculos de ballet e nos ensaios, em busca da perfeição.

Uma boa dose de determinação foi requisitada da atriz Natalie Portman (Entre Irmãos), que começou sua preparação um ano antes das gravações. Ela perdeu 10 quilos para ficar com a silhueta de uma bailarina e passou por um treinamento intenso (que incluía nadar mais de um quilometro por dia).

O trabalho de Natalie foi recompensado com um papel com possibilidades tão grandes quanto o talento dela. Cisne Negro se desenvolve totalmente pelo ponto de vista de Nina e apenas uma atriz de muita capacidade seria capaz de segurar o filme.

Desde o começo (da primeira cena, para ser mais exato) percebemos que o equilíbrio mental de Nina está abalado. Com efeitos especiais, uma câmera nervosa e atuações marcantes; toda a loucura que circunda Nina pode ser sentida pelo espectador.

As pressões que ela sofre vêm de todos os lados. A mãe que não conseguiu uma carreira de sucesso no ballet e a trata como uma criança, a inveja das colegas de companhia, a exigência do diretor, a responsabilidade de substituir uma grande bailarina,... tudo se acumula e a mente fraqueja.

Outro recurso “enlouquecedor” interessante é o grande número de espelhos, presentes em quase todas as cenas. O reflexo da própria imagem é uma metáfora recorrente daquilo que nos é muito íntimo e ao mesmo tempo misterioso, como nossa própria aparência ou nossa mente.

Se no visual temos os espelhos, no audio há uma trilha musical muito boa. Com releituras das partituras do “Lago dos Cisnes” de Tchaikovsky (executadas ao contrário com distorções), percebe-se a loucura e a obsessão de Nina. No restante do som, destaque para as respirações audíveis dos bailarinos que transportam o espectador para dentro da companhia de dança.

Quem gosta de um bom thriller psicológico não pode perder a oportunidade de apreciar esse grande filme.


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Estreias da Semana


As Aventuras de Sammy (Sammy's avonturen: De geheime doorgang) — A volta ao mundo em 50 anos.

O Amor e Outras Drogas (Love and Other Drugs) — Você pode se viciar nisso.

Caça às Bruxas X (Season of the Witch) — Nem todas as almas podem ser salvas.

Deixe-me Entrar (Let Me In) — A inocência morre. Abby não.

Inverno da Alma (Winter’s Bone) — Juventude perdida. Vida em risco.

Um Lugar Qualquer (Somewhere) — Reencontros que redefinem.

A Última Estação X (The Last Station) — Intoxicante. Enfurecedor. Impossível. Amor.


X A distribuidora não exibiu o filme para a avaliação da crítica. Nunca um bom sinal.
X Estreia apenas no Rio de Janeiro. Texto do site CinePop.