sexta-feira, 30 de julho de 2010

A Origem



Sinopse: Em um mundo no qual há uma tecnologia que torna possível entrar no subconsciente de uma pessoa por meio dos seus sonhos, um ladrão altamente gabaritado tem a chance de limpar seu nome após fazer um último trabalho: uma inserção de uma ideia na mente de um alto executivo.


Ficha Técnica
A Origem (Inception)
Roteiro e Direção: Christopher Nolan
Elenco: Leonardo DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt, Ellen Page, Tom Hardy, Ken Watanabe, Dileep Rao, Cillian Murphy, Tom Berenger, Marion Cotillard, Michael Caine
Duração: 148 minutos
País: EUA, Reino Unido


 por Guilherme Kroll

(Spoilerômetro: )

Você certamente tem algum amigo ou parente que tem dificuldades em entender plots complicados e fica te perguntando o tempo todo o que está acontecendo durante o filme. Se sim, deixe essas pessoas bem longe quando for ver A Origem (Inception). No filme de Christopher Nolan há tantos níveis de ação dentro dos sonhos que só quem pega rápido detalhes do roteiro não vai se perder na história.

E que história! Nolan e um elenco estelar (nada menos do que sete indicados ao Oscar) contam a trama do ladrão de informações escondidas em sonhos Cobb (Leonardo DiCaprio) que é contratado por um empresário japonês (Ken Watanabe) para plantar na mente de seu principal adversário a ideia de dividir o império de seu pai, deixando o caminho livre para o personagem de Watanabe. O projeto é ousado, mas o contratante oferece uma proposta irrecusável: a promessa de limpar o nome de Cobb, permitindo que ele possa re-encontrar seus filhos.

Para tanto, DiCaprio reúne um time de especialistas em navegar pelos sonhos, com destaque para a promissora arquiteta de labirintos interpretada por Ellen “Juno” Page, Ariadne – cujo nome é inspirado na heroína da mitologia grega que ajudou Teseu a derrotar o Minotauro em seu labirinto.

Desse conceito que vem o título original do filme, “Inception”, ou inserção em uma tradução livre. Por que a distribuidora brasileira optou por chamar o filme de A Origem é algo que está além da minha compreensão. Esse título brasileiro é ruim, não diz nada sobre o filme e não é esclarecido ao final. Em resumo, uma péssima escolha.

Mas ainda bem que é a única coisa ruim no filme, pois a direção de Nolan está excelente. O cineasta, que arrebata fãs desde Amnésia está em sua melhor forma, dosando boas cenas de ação com dramáticas excepcionais, sobretudo nas com participação da sempre ótima Marion Cotillard.

Lógico que o roteiro, original do próprio Nolan (mas com inspiração clara nos livros de Philip K. Dick), ajuda muito pois a narrativa é arrebatadora, porém tudo na produção funciona perfeitamente, como uma engrenagem de um relógio, resultando num filme preciso, redondo, impressionante e imperdível.


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ponyo – Uma Amizade que Veio do Mar



Sinopse: O menino Sosuke vive perto do mar, e um dia encontra um peixe dourado entalado em uma garrafa. Ele consegue salvar o peixe e, para sua surpresa, descobre uma grande amizade – seu peixe dourado é um ser mágico que veio do oceano, Ponyo.


Ficha Técnica
Ponyo – Uma Amizade que Veio do Mar (Gake no ue no Ponyo)
Roteiro e Direção: Hayao Miyazaki
Elenco: Yuria Nara, Hiroki Doi, Jôji Tokoro, Tomoko Yamaguchi
Duração: 101 minutos
País: Japão


 por Thaíse Costa

(Spoilerômetro: )

Em tempos de megaproduções realizadas com muita dose de computação gráfica e técnicas 3D, Ponyo - Uma Amizade que Veio do Mar (Gake no ue no Ponyo) vem para mostrar que a animação clássica de qualidade é perene. É impressionante como uma narrativa tão delicada, com poucos artifícios modernos, se encaixa de maneira tão perfeita no imaginário infantil. Mas isso não é à toa: trata-se de mais uma obra-prima de Hayao Miyazaki, que possui uma incrível capacidade de se comunicar com a criança nos mais diversos níveis. Com isso, facilmente conquista também os adultos.

Miyazaki escreveu e dirigiu clássicos como Tonari no Totoro (Meu vizinho Totoro), de 1988; Kaze no tani no Naushika (Nausicäa), de 1986; Mononoke-hime (Princesa Mononoke), de 1997 e o vencedor do Oscar de melhor Animação A viagem de Chihiro, de 2001. Seus filmes, embora destinados a crianças de idades muito diversas – incluindo-se aqui aquelas com mais de 18 anos –, têm em comum a grandiosidade criativa de um mestre, aliada à animação clássica 2D.

Se colocarmos Ponyo em uma escala de aproximação com outros filmes de Miyazaki, no que se refere a temática e complexidade narrativa, ele é muito próximo de seu filme de 1988, Meu Vizinho Totoro – para crianças bem pequenas. Em Ponyo podemos ver toda a elegância de um universo mágico paralelo ao universo “real”, em que a protagonista é uma espécie de Pequena Sereia.

Somam-se ao tom de conto de fadas, e às referências a mitos e seres mágicos, sequências de uma incomparável beleza visual. Uma pena que o público brasileiro tenha tido que esperar nada menos que dois anos para vê-lo na telona. Enfim, é uma boa oportunidade para visitar os cinemas com os pequenos. Qualidade garantida e imperdivel.


Take Único (4)

Todo sábado, às 12h, Edu Fernandes apresenta o programa Take Único na AllTV (http://www.alltv.com.br/). Quem assiste ao programa ao vivo pode participar do chat para mandar perguntas e comentários.


Para ajudar na navegação, segue a pauta em minutagem:

00:12 a 04:40 [Estreia] Predadores
04:44 a 07:50 [Livro] Cinema Noir
08:00 a 12:30 [DVD] Atraídos pelo Crime
12:35 a 17:26 [DVD] Um Sonho Possível
17:26 a 22:10 [Evento] III Festival de Paulínia
22:15 a 24:47 [Livro] Nos Bastidores da Pixar
24:55 a 27:25 [DVD] Capitalismo: Uma História de Amor
27:30 a 32:45 [Estreia] O Bem Amado
32:45 a 37:35 [DVD] Nova York, Eu Te Amo
37:35 a 45:00 [Bilheterias] Top 10 + clipe

terça-feira, 27 de julho de 2010

Top Bilheterias

Confira o ranking semanal das bilheterias brasileiras

1. Shrek para Sempre
2. Encontro Explosivo
3. A Saga Crepúsculo: Eclipse
4. O Bem Amado
5. Toy Story 3
6. Predadores
7. À Prova de Morte
8. O Pequeno Nicolau
9. Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo
10. Tudo Pode Dar Certo

# estreias

Conforme o previsto, Shrek mantém-se na liderança. Seu reinado deve terminar na próxima semana, com a estreia de Salt ficando no topo. O longa francês infantil continua firme em sua posição e Woody Allen volta para a lista.

Entre as estreias dessa semana, a comédia nacional estreou melhor do que imaginado e ultrapassou a marca do filme de monstros estrelado por Alice Braga.

Salt



Sinopse: Evelyn Salt é uma respeitada agente da CIA. Contudo, seus colegas de trabalho ganham motivos para desconfiar de sua conduta depois que um homem misterioso a acusa de ser uma agente russa infiltrada.


Ficha Técnica
Salt
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Kurt Wimmer
Elenco: Angelina Jolie, Liev Schreiber, Chiwetel Ejiofor, Daniel Olbrychski
Duração: 100 minutos
País: EUA


A ação acima da inteligência
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: último parágrafo)

A ideia original do filme Salt era de que seu personagem principal fosse um homem, com Tom Cruise (Encontro Explosivo) cotado para interpretá-lo. Na direção, Phillip Noyce (Em Nome da Honra) não era o primeiro profissional a ser considerado para a posição – Terry George (Traídos pelo Destino), Michael Mann (Inimigos Públicos) e Peter Berg (Hancock) estava na dila antes de seu nome ser escolhido.

Quando se fechou em Angelina Jolie (O Procurado) para estrelar a produção, o roteiro teve de ser reescrito para encaixar uma protagonista do sexo feminino. A atriz esforçou-se para validar as mudanças e comprometeu-se com o projeto. Resultado: Jolie está em boas cenas de ação e dispensou o uso de dublês.

A história de Salt é intrigante, revivendo fantasmas da Guerra Fria. O espectador ficará com uma grande dúvida se há um traidor na CIA e há uma constante incerteza dos rumos que o enredo irá seguir. Elementos bem-vindos em bons filmes de ação.

Por outro lado, há furos no roteiro de Kurt Wimmer (Código de Conduta). Se o espectador estiver procurando por um filme em que as cenas de ação agilizam uma história inteligente, é melhor tirar o cavalinho da chuva. Salt é puro entretenimento, e só!

Um exemplo disso é o fato de Orlov falar que Salt é uma agente russa Se ele sabe a verdade e ela também, não havia a menor necessidade da revelação. A boca grande do russo foi só o pretexto para que mais uma sequência de ação pudesse ser inserida, mesmo indo contra a inteligência do plano.


domingo, 25 de julho de 2010

Cinema Noir: Espelho e Fotografia



Sinopse: Análise do uso de fotografias e de superfícies espelhadas nos filmes A Dama de Xangai (1948), A Testemunha Ocular (1992) e Blade Runner (1982).


Ficha Técnica
Cinema Noir: Espelho e Fotografia
Autora: Márcia Ortegosa
Editora: Annablume
Páginas: 138 páginas
Ano: 2010


Mergulho de cinema
por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Pela sinopse é possível perceber como é estreito o recorte do assunto do livro Cinema Noir: Espelho e Fotografia, escrito pela Doutoranda e Mestre em Cinema Márcia Ortegosa. Por isso, o volume só é recomendável para leitores que estejam preparados e dispostos a um mergulho profundo na linguagem cinematográfica.

O texto segue o formato acadêmico, mas felizmente não está escrito em “academês”. Apesar da necessidade de uma revisão, principalmente na questão das vírgulas, trata-se de uma obra bem escrita e que não vai enervar quem tem aversão aos maneirismos acadêmicos, que parecem complicar gratuitamente seus escritos.

No entanto, alguns vícios são mantidos. A metalinguagem é um termo muito utilizado na análise feita por Ortegosa. A postura acadêmica exige que ela inclua uma definição do termo na introdução. O problema é que essa obra certamente não é dedicada a principiantes; portanto, não faz sentido explicar um vocábulo que até estudantes do ensino médio conseguem compreender.

A autora optou por utilizar o nome dos filmes citados em seus idiomas originais. Tal escolha é equivocada, uma vez que o leitor precisa lembrar do nome nacional da produção se quiser assistir à mesma depois da leitura, ou até para relembrar da cena citada no livro.

Outro problema no assunto idiomas é o uso de citações em espanhol. Mesmo sendo um idioma de fácil compreensão na leitura, não seria um crime traduzir livremente as passagens e explicar que esse procedimento foi adotado. Mais uma vez o purismo acadêmico entra no caminho da compreensão da obra.

O livro é bem ilustrado e usa referências nas artes plásticas, especialmente com telas do pintor francês Magritte. Algumas das imagens não parecem muito conectadas ao texto, mas as mais importantes servem muito bem ao propósito de alcançar níveis que não seriam possíveis apenas com o texto escrito.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O Bem Amado



Sinopse: Odorico Paraguaçu assume a prefeitura de Sucupira e constrói o primeiro cemitério da cidade. Ele não consegue inaugurar sua nova obra enquanto não morrer alguém.


Ficha Técnica
O Bem Amado
Direção: Guel Arraes
Roteiro: Guel Arraes, Cláudio Paiva
Elenco: Marco Nanini, Matheus Nachtergaele, José Wilker, Andrea Beltrão, Drica Moraes, Zezé Polessa, Maria Flor, Caio Blat, Tonico Pereira
Duração: 100 mins
País: Brasil


Exagerando nas marcas
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: trailer)

O cineasta Guel Arraes ganhou notabilidade com produções engraçadas que tinham o Nordeste brasileiro como cenário. A história da peça O Bem Amado, que já foi transformada em novela e seriado, parece algo irresistível para ele. Sem pestanejar, Guel pegou o enredo e transformou em mais uma comédia nordestina.

Quando o diretor se une a uma história que parece tão certa para ele, os exageros acabam estragando o que poderia ser um grande filme. Os sotaques nordestinos de alguns atores são irregulares e as situações são forçadas pela direção.

Por vezes, os atores estão um tom acima do que o desejável para a linguagem de cinema, sendo mais atrativo para quem gosta do tom teatral. Quem consegue uma regularidade maior em seu personagem é José Wilker, mas sua participação se dá em poucas cenas.

Por outro lado, o casal formado por Maria Flor e Caio Blat (Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos) está totalmente descolado do restante do filme. A história de amor entre os dois poderia render boas cenas, mas fica de fora.

Mesmo com suas falhas, O Bem Amado tem chances de sucesso junto ao público. Com certeza se trata da obra mais fraca de Guel Arraes, sendo que seu último filme Romance é um dos pontos altos de sua carreira.


Predadores



Sinopse: Um grupo terrível de assassinos e soldados é levado para um planeta desconhecido, onde serão caçados pelos Predadores.


Ficha Técnica
Predadores (Pradators)
Direção: Nimród Antal
Roteiro: Alex Litvak, Michael Finch
Elenco: Adrien Brody, Topher Grace, Alice Braga, Walton Goggins, Oleg Taktarov, Laurence Fishburne, Danny Trejo
Duração: 107 minutos
País: EUA


 por Guilherme Kroll

(Spoilerômetro: )

Depois de uma longa ausência no cinema, os Predadores voltaram a cena com terrível participação na série Alien vs Predador. Após duas tentativas frustradas, AvP foi deixado de lado e a 20th Century Fox resolveu investir em um antigo roteiro de Robert Rodriguez, de 1994,  mais fiel ao conceito original do personagem.
 
O próprio Robert Rodriguez foi convocado para atualizar o script e dirigir o longa. Mesmo com outro profissionais envolvidos na versão definitiva, o resultado ficou simplesmente genial, gerando um filme de ação e de terror excelente. 

Após ver o filme, podemos afirmar que Rodriguez era a pessoa perfeita para fazer Predadores (Predators). Seus filmes de ação e terror são na medida para agradar os fãs do gênero, como ele próprio, repletos de cenas de suspense, tiroteios e pouca enrolação. A sensação que fica é que estamos numa montanha russa repleta de quedas e pouquíssimas paradas. Não há nem a subida inicial, pois a primeira cena do filme é a do personagem de Adrien Brody caindo de paraquedas no planeta floresta para o qual os assassinos foram abduzidos para serem caçados pelos Predadores.

Não há preocupação em explicar quem é quem, o que eles fazem, porque estão lá. Só importa que eles estão ali, são durões e precisam escapar com vida. 

Uma das características mais interessantes dos filmes de Rodriguez é que, contrariando um cânone de Hollywood, personagens legais morrem. Nesse caso, são apenas sete ou oito pessoas no filme todo, ou seja, só personagens interessantes e o expectador sabe de antemão que muitos deles vão morrer, afinal é Predadores não Jeans Viajantes

Além disso, Rodriguez acrescenta ideias e cenas que são muito bem exploradas e elaboradas, expandindo o conceito dos predadores e brindando o espectador com lutas sensacionais. 

Para finalizar, há Alice Braga (Ensaio sobre a Cegueira), como a única representante do sexo feminino no longa. E que representante! Confesso que nunca fui muito fã da moça, mas lutando suada contra alienígenas em uma floresta tropical fez o sex appeal dela subir às alturas.


terça-feira, 20 de julho de 2010

Top Bilheterias

Confira o ranking semanal de bilheterias no Brasil:

1. Shrek para Sempre
2. A Saga Crepúsculo: Eclipse
3. Encontro Explosivo
4. Toy Story 3
5. À Prova de Morte
6. Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo
7. Plano B
8. O Pequeno Nicolau
9. Cartas para Julieta
10. A Jovem Rainha Vitória

# estreias

Conforme o previsto, Shrek permanece líder e alcança a marca de 3 milhões de espectadores no Brasil. Novamente de acordo com o esperado, Tom Cruise encabeça a estreia mais lucrativa.

Na próxima semana, Predadores e O Bem Amado concorrem como novo filme com mais renda, com isso o topo não deve mudar.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Estreias da Semana



À Prova de Morte (Death Proof) — Você terá um passeio selvagem.

Dzi Croquetes — Em tempos de chumbo, eles protestaram com arte colorida.

Encontro Explosivo (Knight & Day) — Quem é o vilão?

Agenda SP: Sessão Infantil

A Sessão Infantil traz filmes animados em sessões gratuitas, aos sábados às 15h na Biblioteca Pública Roberto Santos (R. Cisplatina, 505 – Ipiranga). Para assistir é preciso retirar senha meia hora antes.


Programação


Bolt – Supercão (dia 17)

Kung Fu Panda (dia 24)

A Família do Futuro (dia 31)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Encontro Explosivo



Sinopse: June trabalha recuperando carros antigos. No aeroporto, ela conhece Roy Miller, um agente secreto protegendo um artefato. Por causa de uma conspiração, os dois devem permanecer juntos e fugir dos perseguidores de Roy.


Ficha Técnica
Encontro Explosivo (Knight and Day)
Direção: James Mangold
Roteiro: Patrick O'Neill
Elenco: Tom Cruise, Cameron Diaz, Peter Sarsgaard, Viola Davis, Paul Dano
Duração: 109 minutos
País: EUA


Comédia de ação
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Analisando alguns fatos, o filme Encontro Explosivo (Knight and Day) traz sintomas de ser uma bomba. Apesar de Patrick O’Neill ser creditado como roteirista, pelo menos mais oito pessoas puseram suas mãos no texto, o que pode ter um desfecho desastroso.

Outro sinal de perigo é o fato de a produção ter regravações agendadas para apenas sete semanas antes da estreia no circuito estadunidense. Esse tipo de ajuste de última hora normalmente é feito como uma tentativa desesperada de salvar o dinheiro investido em um título de baixa qualidade.

Mesmo com todos esses indícios, pode-se dizer que Encontro Explosivo corresponde às expectativas e entrega o prometido. Trata-se de uma fita de ação com forte apelo cômico, por isso que nomes como Chris Tucker, Adam Sandler, e Gerard Butler foram cogitados para assumir o papel de protagonista. Como boa parte da graça está na aparente insanidade de Roy Miller, ninguém melhor do que Tom Cruise para assumir o personagem.

Cenas de ação com fugas impossíveis, resgates e perseguições automobilísticas podem ser repetitivas. Uma saída inteligente explorada pelo filme está em usar elipses nessas passagens, normalmente geradas pelo fato de June estar desacordada e vermos as coisas do ponto de vista dela. Cabe ao espectador completar as lacunas a seu bel-prazer.

Quem está esperando mais ação pode até se decepcionar, mas o aconselhável é se concentrar nas locações. Áustria, Espanha, Jamaica e outros belos locais servem de cenário para o bem dos olhos do espectador.


Top Bilheterias

Confira o ranking nacional de bilheterias:

1. Shrek para Sempre
2. A Saga Crepúsculo: Eclipse
3. Toy Story
4. Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo
5. Plano B
6. O Pequeno Nicolau
7. Cartas para Julieta
8. A Jovem Rainha Vitória
9. Brilho de uma Paixão
10. O Golpista do Ano


# estreia

Superando as espectativas, o ogro desbancou os vampiros de sua efêmera liderança. Ele deve continuar no posto na semana que vem, com a estreia de Encontro Explosivo sendo a mais rentável.

Quem teve uma performance brilhante nessa semana, foi a comédia infantil francesa O Pequeno Nicolau que nem estava na lista na semana passada. O poder do boca-a-boca se provou determinante nesse tipo de filme.

Agenda NY: Premiere Brazil

A oitava edição da Premiere Brazil NY vai exibir as produções mais aclamadas da nova safra do cinema brasileiro, clássicos restaurados e contar com a presença de diretores e atores para apresentar seus filmes. As sessões acontecem de 15 a 29 de julho no The Roy and Niuta Titus Theaters (Nova York).

A seleção de clássicos brasileiros dedica-se a celebração e preservação do legado do Cinema Novo e traz cópias remasterizadas de dois dos trabalhos mais representativos da obra do diretor Cacá Diegues: Xica da Silva e Bye-bye Brasil.

Filmes avaliados


Dzi Croquettes — Em um tempo de chumbo, eles fizeram arte alegre.

É Proibido Fumar — O que você faria por amor?

Os Famosos e os Duendes da Morte
— Há várias formas de escapar.


Os Inquilinos — O perigo mora ao lado

Lula, o Filho do Brasil — Antes de ser presidente, ele foi muitas outras coisas.

Viajo por que Preciso, Volto por que Te Amo
— O amor que nos acompanha.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Dzi Croquettes




Sinopse: Documentário sobre o grupo de teatro brasileiro. Suas apresentações, no Brasil ou em Paris, atraíam multidões e influenciaram muitos artistas.


Ficha Técnica
Dzi Croquettes
Direção: Raphael Alvarez, Tatiana Issa
Roteiro: Tatiana Issa
Elenco: -documentário-
Duração: 110 minutos
País: Brasil


Formadores de uma geração
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O documentário Dzi Croquettes trata da história de um grupo de teatro e dança que influenciou nomes importantes como Jorge Fernando e Miguel Falabella. Além deles, humoristas que anos depois fariam o programa televisivo TV Pirata também devem muito de sua originalidade daí. As fãs das Croquettes formaram o grupo musical As Frenéticas. Gírias gays em uso até hoje foram criadas pelos integrantes do grupo.

Aí o leitor se pergunta: como essa história pode ser tão pouco conhecida? Tentando resolver essa questão, o documentário traz depoimentos de pessoas ilustres, como César Camargo Mariana, Ney Matogrosso, Marília Pêra e Liza Minelli – todos fãs assumidos das apresentações do grupo. A repercussão de Dzi Croquettes entre seus admiradores e na imprensa atestam como eram famosos.

O roteiro consegue equilibrar todos os assuntos pertinentes: a forma como foi desenvolvida a linguagem única das Croquettes, tanto no palco, como entre os integrantes; o preconceito por conta da homossexualidade; a repressão da ditadura militar; e o contagio da AIDS, quando a doença ainda era conhecida como “o câncer gay”. Surpreendentemente, todos os temas são abordados sem perder o ar alegre que fazia parte dos shows.

Mesmo com todo esse ar colorido, é impossível não se emocionar com Dzi Croquettes. A entrega que eles tinham pela arte, a união entre os integrantes e a saudade deixada por alguns deles são os elementos que podem render lágrimas nos olhos dos espectadores – mesmo aqueles que nunca ouviram falar no grupo.


Agenda SP: Jornada de Férias

A Jornada de Férias exibe filmes infantis na Biblioteca Pública Roberto Santos (R. Cisplatina, 505 – Ipiranga) de 14 a 30 de julho, com sessões às 15h. Todas as projeções são em DVD e gratuitas. Para entrar é necessário retirar senha meia hora antes.



Programação


Marley & Eu (dia 14)
Sempre ao Seu Lado (dia 15)
Meu Montro de Estimação (dia 16)


Uma Noite no Museu (dia 21)
Uma Noite no Museu 2 (dia 22)
Viagem ao Centro da Terra (dia 23)


Coração de Tinta (dia 28)
As Crônicas de Spiderwick (dia 29)
Um Faz de Conta que Acontece (dia 30)

Take Único (2)

Todo sábado, às 12h, Edu Fernandes apresenta o programa Take Único na AllTV (http://www.alltv.com.br/). Quem assiste ao programa ao vivo pode participar do chat para mandar perguntas em comentários.


Para ajudar na navegação, segue a pauta em minutagem:
até 06:00 –  Shrek para Sempre
06:00 a 16:17 – Celebridades na animação
16:30 a 19:30 – Lançamento de revistas (SET e FilmeCultura)
19:30 a 24:10 – Almas à Venda
27:50 a 42:46 – Entrevista com Alexandre Nakahara (curador do SPTerror)
43:00 até final – Top 10 + clipe

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Estreias da Semana


X Almas à Venda (Cold Souls) — Uma comédia em busca da alma.

Shrek para Sempre (Shrek Forever After) — O capítulo final.

X 15 Anos e Meio (15 ans et demi) — Se você acha que seu pai força a barra, ainda não viu nada.


X Estreia apenas em São Paulo.
X Reestreia em São Paulo.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Almas à Venda





Sinopse: Paul Giamatti esta decepcionado com seu desempenho durante os ensaios da peça Tio Vânia. Para se sentir mais leve, recorre a uma clínica que retira a alma de seus clientes.



Ficha Técnica
Almas à Venda (Cold Souls)
Roteiro e Direção: Sophie Barthes
Elenco: Paul Giamatti, Dina Korzun, David Strathairn, Emily Watson
Duração: 101 minutos
País: EUA, França


Quero Ser Charlie Kaufman
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: trailer)

O roteirista Charlie Kaufman é reconhecido por sua grande criatividade, que chega a testar o limite da sanidade mental. A diretor/roteirista francesa Sophie Barthes quis homenagear Kaufman em sua estreia na direção de longas-metragens,com similaridades gritantes em seu roteiro com de seu inspirador.

No elenco de Almas à Venda (Cold Souls), Paul Giamatti interpreta a si mesmo. De maneira semelhante, John Malkovich – outro ator muito talentoso, embora seu nome sozinho também não seja capaz de comover massas às salas decinema – interpreta a si mesmo em Quero Ser John Malkovich (1999). A atuação de Paul é soberba e, graças a seu trabalho, muitos diálogos engraçados e enlouquecidos ganham um colorido muito especial.

Pois bem, Paul Giamatti está em crise em seu trabalho, da mesma forma que o personagem de Nicolas Cage tem um bloqueio criativo em Adaptação (2002). Dessa vez, Cage não interpreta a si mesmo, mas ao próprio Charlie Kaufman e seu irmão gêmeo totalmente fictício – embora Donald Kaufman também assine o roteiro.

Para tentar resolver seu problema, Giamatti se dirige a uma esquisita clínica médica que promete remover sua alma, para que ele possa ficar mais tranquilo. Esse mesmo movimento pode ser visto pelo personagem defendido por Jim Carrey em Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004). É claro que, nas duas jornadas, os protagonistas se arrependem dos procedimentos médicos e decidem voltar atrás e recuperar sua alma, ou as memórias de um relacionamento amoroso fracassado.

Fãs de Charlie Kaufman, amantes de filmes ousados em seus roteiros e amantes do bom cinema podem ver Almas à Venda na certeza de uma experiência cinematográfica no mínimo curiosa.


Shrek para Sempre





Sinopse: Depois de conseguir seu final feliz, a rotina de pai de família faz Shrek sentir falta dos tempos de ogro temido pelos aldeões. Para matar a saudade, ele faz um acordo mágico com o traiçoeiro Rumpelstiltskin.


Ficha Técnica
Shrek para Sempre (Shrek Forever After)
Direção: Mike Mitchell
Roteiro: Josh Klausner, Darren Lemke
Elenco: Mike Myers, Eddie Murphy, Cameron Diaz, Antonio Banderas, Walt Dohrn
Duração: 93 minutos
País: EUA


Mudando o tom
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Quase todo ano uma cena se repete no mundo do cinema: a DreamWorks e a Pixar concorrem com outros filmes ao Oscar de melhor animação e a empresa da luminária leva a estatueta para casa. Aparentemente, Shrek para Sempre (Shrek Forever After) foi pensado como uma obra para mudar esse cenário desfavorável. Com a história mais emocionante e dramática da franquia, a carga lacrimosa do roteiro se aproxima mais dos enredos bolados pela Pixar.

Com isso, muita gente vai dizer que essa quarta aventura do ogro não é para crianças, sem pensar que o sucesso de Shrek é concreto exatamente por nunca ter sido pensado para o público infantil. Os pequenos assistem aos filmes e até se divertem, mas, pelo teor das piadas, Shrek é para espectadores mais velhos.

A mudança para uma trama mais emocionante do que engraçada é coerente com as mudanças sofridas pelo personagem com o passar dos anos. O Shrek de agora permite-se ser muito mais sensível do que quando surgiu para o mundo.

No entanto, a rotina de derrotas da DreamWorks só foi diferente com o primeiro filme do ogro, que tirou o Oscar de Monstros S.A. Se em sua origem, Shrek foi mais reconhecido, finalizar a séria com um teor tão diferente de quando se começou talvez não seja a melhor opção.

Mesmo assim, Shrek para Sempre contém cenas divertidas, aposta na força de seus personagens e ainda traz novas figuras famosas do mundo dos contos de fadas.


terça-feira, 6 de julho de 2010

Capitalismo: Uma História de Amor


Sinopse: O documentário analisa o impacto do pensamento corporativista na vida do homem comum dos EUA.


Ficha Técnica
Capitalismo: Uma História de Amor (Capitalism: A Love Story)
Roteiro e Direção: Michael Moore
Elenco: -documentário-
Duração: 127 minutos (apenas o filme)
País: EUA


por Bruno Palma

(Spoilerômetro: )


Em seus filmes Michael Moore é conhecido por criticar algumas das maiores falhas dos Estados Unidos. Em Tiros em Columbine (2002) a questão central foi o armamento, em Fahrenheit 11/9 (2004) a política externa e a obtenção de lucro com as guerras e em Sicko (2007) foi a vez do precário sistema de saúde. Agora, em meio a uma crise econômica como o país não via desde o crack da bolsa em 1929, o cineasta resolveu dar uma bica na canela do principal alicerce do chamado american way of life: o capitalismo.

Capitalismo: Uma História de Amor (Capitalism: A Love Story) pode ser comparado a Roger & Eu (1989), estreia de Moore no cinema, já que também chama a atenção para o poder das grandes corporações. Aqui o principal foco são as instituições financeiras, peças chaves nessa grande crise enfrentada pelos norte-americanos e as quais Moore acusa de pilhar os cofres públicos. Mantendo seu estilo de pegar pesado, o cieneasta ainda compara o mercado de ações de Wall Street aos cassinos de Las Vegas.

Para piorar, Michael Moore ainda aponta a disparidade ideológica entre o capitalismo e o cristianismo, recurso ao qual a administração costuma recorrer quando a coisa está feia (vide as últimas guerras, no Afeganistão e no Iraque). Nesse trecho – certamente um dos mais impressionantes do filme – autoridades cristãs afirmam que o próprio Jesus Cristo se recusaria a viver num sistema econômico como esse.

Capitalismo: Uma História de Amor é Michael Moore sendo a pedra no sapato costumeira dos imperadores econômicos que regem os Estados Unidos. No filme, ele afirma ainda que a grande preocupação desses marajás é Barack Obama no posto da presidência. Vamos ver se ele tem alguma razão em acreditar nisso...

 

Top Bilheterias

Confira o ranking nacional de bilheterias:

1. A Saga Crepúsculo: Eclipse
2. Toy Story 3
3. Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo
4. Plano B
5. Cartas para Julieta
6. Fúria de Titãs
7. Esquadrão Classe A
8. A Jovem Rainha Vitória
9. O Golpista do Ano
10. Brilho de uma Paixão

# estreia

Os recordistas e sentimentais vampiros não precisaram se esforçar para assumir a liderança. Mesmo não se aproveitando dos caros ingrssos 3D, a produção arrecadou quase o dobro do segundo colocado. Essa é a única estreia na lista, já que O Pequeno Nicolau entrou em cartaz em poucas salas.

Na próxima semana, Shrek estreia em sua quarta aventura. Por causa do sucesso de Toy Story 3, o ogro não conseguirá pegar muitas salas 3D. Esse será mais um fator, além do fanatismo pelos vampiros virginais, para que a primeira posição do ranking siga inalterada.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Take Único (1)

Todo sábado, às 12h, Edu Fernandes apresenta o programa Take Único na AllTV (http://www.alltv.com.br/)




Para te ajudar na navegação, segue a pauta em minutagem:
de 00:40 até 09:16 – A Saga Crepúsculo: Eclipse
de 10:00 até 20:10 – Perfil: Wes Craven
de 20:40 até 24:40 – SPTerror (análise de [REC]2)
de 24:40 até 26:35 – Copa do Mundo no Reserva Cultural
de 28:25 até 33:03 – 15 Anos e Meio
de 33:10 até 37:30 – CineSabesp
de 37:30 até 40:43 – O Pequeno Nicolau
de 41:10 até fim – Top 10 Bilheterias (+videoclipe)

Assista ao vivo e participe do chat!

A Breve Segunda Vida de Bree Tanner - Uma História de Eclipse


Texto originalmente publicado no blog Cine&Cia.

Sinopse: Na voz de Bree Tanner, uma jovem vampira integrante do violento exército de recém-criados que assola a cidade de Seattle no terceiro volume da série, Eclipse, somos apresentados ao lado sombrio da saga.


Ficha Técnica
A Breve Segunda Vida de Bree Tanner - Uma História de Eclipse (The Short Second Life of Bree Tanner – An Eclipse Novella)
Autor: Stephenie Meyer
Tradutor: Débora Isidoro
Editora: Intrínseca
Páginas: 192
Ano: 2010


Entre o bem e o mal
  por Paulo Costa

(Spoilerômetro: primeiro parágrafo, para Eclipse)

Quem acompanha a saga e já leu o terceiro livro da série, sabe exatamente de quem estou falando, Bree Tanner, a única vampira recém criada do exército construído por Victoria que Bella conseguia ver, e que ao ser capturada pelos Cullens e depois de algumas indecisões (matamos ela ou não?), acabou sendo morta pelo clã.

Depois de ler o livro Eclipse ou ver o filme, ficou para os leitores aquela simples dúvida, Bree Tanner seria realmente do mal ou não? E é justamente isso que o livro A Breve Segunda Vida de Bree Tanner - Uma História de Eclipse (The Short Second Life of Bree Tanner – An Eclipse Novella) vai nos contar desde o momento de sua criação até sua morte, revelando também seu passado e nos transportando para dentro de uma incrível história.

Meyer cria uma trama cheia de aventura, suspense, mistérios, romance, revelações e sofrimento, numa mistura perfeita de sentimentos. A autora prova que; mesmo sem Bella, Edward, Jacob ou qualquer outro personagem mais famoso da saga; consegue e muito bem criar mais uma história de vampiros, que nos revela muito mais do que se poderia imaginar.

Vale a pena ler e conhecer a história de Bree Tanner antes de assistir ao filme, pois com certeza, você a enxergará de outra maneira.



Dudeshop:
• Livro A Breve Segunda Vida de Bree Tanner - Uma História de Eclipse, de Stephenie Meyer (Ed. Intrínseca)
• Livro Eclipse, de Stephenie Meyer (Ed. Intrínseca)
• Coleção de livros Crepúsculo em 4 volumes, de Stephenie Meyer (Ed. Intrínseca)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

[REC] 2

Filme exibido no II SPTerror.


Sinopse: Uma equipe de policiais entra no prédio em que os ataques originais aconteceram para investigar o que aconteceu e resgatar eventuais sobreviventes. Eles logo descobrem que a missão será mais complicada do que imaginam.


Ficha Técnica
[REC] 2
Direção: Jaume Balagueró, Paco Plaza
Roteiro: Jaume Balagueró, Paco Plaza, Manu Díez
Elenco: Jonathan Mellor, Óscar Zafra, Ariel Casas, Alejandro Casaseca, Pablo Rosso
Duração: 85 minutos
País: Espanha


Definição de sequência
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: último parágrafo)

Em 2007, os fãs de bons filmes de terror ficaram empolgados com uma boa surpresa vinda da Espanha. [REC] é um verdadeiro teste de nervos, trazendo frescor para as temática de zumbis. Os produtores são pessoas espertas e aproveitaram o barulho feito pelo filme e resolveram realizar uma sequência e, como de costume no mundo do cinema, a nova produção não tem o mesmo impacto do que seu antecessor.

[REC] 2 cumpre seu papel, mas deixa passar algumas chances. Um dos principais méritos do primeiro filme era o caráter científico por trás da forma de manifestação e infecção dos zumbis. A religião estava no roteiro, mas era apenas mostrada como uma segunda forma de abordar a questão. Dessa vez, logo no começo, fica bem claro que o fator religioso tem uma influência inquestionável no conflito. Dessa forma, o que poderia ser um grande diferencial da franquia escapa pelos dedos dos diretores.

Por outro lado, um bom hábito de sequências cinematográficas está presente: agigantar as proporções da atmosfera ficcional em que o enredo se desenrola. Com a entrada dos policiais, ganha-se em armamento pesado e se pode criar cenas de ação que trazem uma gama maior de emoções. Além disso, cada um dos militares tem uma microcâmera do capacete, possibilitando que a ação não fique restrita ao campo de visão de apenas um cinegrafista.

No final, chega-se a conclusão de que pode-se criar um terceiro filme da série, já que não se sabe como as fitas que gravaram os acontecimentos chegaram do lado de fora do prédio. Espera-se que não se piore a qualidade se houver uma nova fita.


Dudeshop:
• DVD [REC] (Califórnia Filmes)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Estreias da Semana


X 15 Anos e Meio (15 ans et demi) — Se você acha que seu pai força a barra, ainda não viu nada.

O Pequeno Nicolau (Le petit Nicolas) — Baseado no livro de René Goscinny.

A Saga Crepúsculo: Eclipse (The Twilight Saga: Eclipse) — Tudo começa com uma escolha.
 
 
X Estreia apenas no Rio de Janeiro

O Pequeno Nicolau



Sinopse: Nicolau acha que seus pais terão outro filho e irão abandoná-lo no bosque. Ele tem muitos amigos na escola dispostos a ajudá-lo a resolver esse problema, que só existe na cabeça dele.



Ficha Técnica
O Pequeno Nicolau (Le petit Nicolas)
Direção: Laurent Tirard
Roteiro: Laurent Tirard, Grégoire Vigneron
Elenco: Maxime Godart, Valérie Lemercier, Kad Merad, Sandrine Kiberlain
Duração: 90 minutos
País: França


Infantil como se quer
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O filme O Pequeno Nicolau (Le petit Nicolas) foi um grande sucesso na França, pois seu roteiro surgiu da adaptação de uma série de livros franceses que faz muito sucesso em vários países. Aqui no Brasil, o apelo pelas aventuras do imaginativo garoto terá de se apoiar no peso do nome do autor dos livros: René Goscinny é mais famoso entre os brasileiros por seus roteiros dos quadrinhos Asterix.

O humor e a criatividade do autor estão presente no roteiro, que tomou muito cuidado em ser bem fiel à obra original desde os créditos iniciais com desenhos. Para dar chancela nesse objetivo, membros da família do finado escritor deram consultoria. Assim como nas transposições do bravo gaulês para o cinema, o filme de Nicolau usa a história de mais de um livro. Com isso, algumas passagens ficam soltas pelo caminho.

Um claro exemplo dessa falha é a personagem Maria Edwiges. Mesmo rendendo boas cenas, a paixonite de Nicolau poderia ser eliminada do roteiro final e ser explorada apenas em uma eventual seqüência – e que venha logo um novo filme.

Mesmo sem ter conhecimento anterior dos personagens, as crianças gostarão muito de O Pequeno Nicolau. Os pais que as acompanharem no cinema, sendo fãs ou não de Goscinny, também terão o que apreciar na fita. A visão romântica de como era inocente a infância da década de 50 tem um charme irresistível e poderá causar nostalgia em quem já viveu essa fase.


Dudeshop:
• Livro O Pequeno Nicolau, de René Goscinny (ed. Martins Fontes)


15 Anos e Meio




Sinopse: Philippe é um cientista renomado, que fez sua carreira nos EUA. De volta para a França por três meses, ele terá a oportunidade de se reaproximar com sua filha adolescente.



Ficha Técnica
15 Anos e Meio (15 ans et demi)
Roteiro e Direção: François Desagnat, Thomas Sorriaux
Elenco: Daniel Auteuil, Juliette Lamboley, François Damiens, François Berléand
Duração: 97 minutos
País: França


Daddy Cool
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Uma comédia francesa para o público jovem, tendo como tema as descobertas da adolescência, com sinceridade quando o assunto é sexo e drogas. Essa descrição cabe tanto para Rindo à Toa quanto para 15 Anos e Meio (15 ans et demi). Se formos comparar os dois, a produção mais antiga sai na frente.


Sendo assim, quais motivos existem para que se assista ao novo filme? O principal deles são as paranoias que Philippe, sempre imaginando que sua filha está na pior situação possível. Nessas viagens, há boas referências a outros gêneros cinematográficos e risadas podem ser esperadas. Outro elemento nesse sentido são as conversas que o protagonista tem com seu amigo imaginário, nada menos do que Albert Einstein (apesar de falar francês).

Voltando á comparação, o conflito de geração é mais forte em 15 Anos e Meio, sendo que aqui esse é o tema central do roteiro. Além de serem de sexos diferentes, Églantine e Philippe ficaram afastados por dez anos e são forçados a viverem juntos novamente. Apesar das tentativas do pai de se aproximar da filha, ela está naquela idade difícil em que qualquer discordância pode acabar virando uma briga feia.

Muitas das piadas dessa comédia estão nas cenas em que se mostra que pais são criaturas programadas para criar situações vergonhosas para seus filhos, de forma que os amigos sempre tenham munição para zoar.

Junte essa história simpática com personagens secundários bem carismáticos e tem-se mais um exemplo de que a cinematografia francesa consegue criar obras leves, sem perder a oportunidade de passar uma mensagem positiva.