terça-feira, 24 de outubro de 2006

A Última Noite




Sinopse: O programa de auditório Companheiros do Rádio terá sua última noite de transmissão. A rádio onde ele é produzido foi vendida e o prédio será transformado em um estacionamento.


Ficha Técnica
Direção: Robert Altman
Roteiro: Garrison Keillor
Elenco: Woody Harrelson, Tommy Lee Jones, Meryl Streep, Lindsay Lohan, Maya Rudolph, Kevin Kline, Virginia Madsen
Duração: 105 minutos



Tributo ao rádio
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Antes de qualquer coisa, A Última Noite (A Prairie Home Companion) é uma homenagem à história do rádio. Prova disso é a presença do radialista Garrison Keillor como roteirista, além de atuar como ele mesmo (o nome do personagem é GK). Keillor é um veterano do rádio como locutor e autor, escrevendo diversos textos para esse meio.

A comicidade do filme reside na originalidade dos personagens, especialmente Guy Noir – vivido por Kevin Kline (Pantera Cor-de-Rosa). Esse segurança, cujo nome pode ser traduzido como “Cara do Noir”, age como se fosse um detetive dos filmes dos anos 50, com uma narração cômica.

Por outro lado, a “mulher de capa branca”, papel de Virginia Madsen (Sideways), é um personagem totalmente descartável. Ela não acrescenta ao enredo, exceto a descrição hilariante que Guy Noir lhe dedica, e parece descolada do ambiente. Sua função seria acrescentar um pouco de mistério ao conjunto, por isso a ausência de um nome; mas no clima do filme não há espaço para isso.

A ação se desenrola nos dias de hoje, apesar de demorar um certo tempo para ser possível posicionar o enredo cronologicamente, já que a maioria das figuras em cena vive no passado. Lola, interpretada por Lindsay Lohan (Garotas Malvadas), é o contraponto desse universo anacrônico.

Com uma constelação de atores sob a direção de Robert Altman (Assassinato em Gosford Park), A Última Noite é um filme belo e sensível sobre nostalgia.

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Pequena Miss Sunshine




Sinopse: Uma família desajustada atravessa os EUA para que a pequena Olive possa participar de um concurso de beleza para meninas.


Ficha Técnica
Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine)
Direção: Jonathan Dayton, Valerie Faris
Roteiro: Michael Arndt
Elenco: Abigail Breslin, Greg Kinnear, Paul Dano, Alan Arkin, Toni Collette, Steve Carell
Duração: 101 minutos




Autenticidade necessária

 por Edu Fernandes 

(Spoilerômetro: )

A comicidade de Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine) é criada graças a uma coletânea de personagens bizarros: desde o filho que fez voto de silêncio até o tio suicida. A mais sensata dos seis é Sheryl, papel de Tony Collete (Em Seu Lugar), que a todo momento tenta pôr ordem na casa.

Com personagens desse tipo em cena, qualquer situação torna-se aceitável, por mais absurda que pareça. Cada vez que as coisas ficam piores e mais estranhas para a família, mais unida ela se torna – a começar pela tática de embarque.

O humor oferecido pelo filme é muito semelhante àquele de ótimos seriados de TV. A família fora de prumo lembra Os Simpsons e comparar Edwin – interpretado por Alan Arkin (Firewall) – com o protagonista da série Becker não é difícil.

Assim como em Beleza Americana, Pequena Miss Sunshine é um tapa na hipocrisia da sociedade estadunidense. Dessa vez, o público é levado a pensar na precocidade forçada das crianças que, para perecerem “bonitinhas”, são pressionadas a se portar como mini-adultos.

No final do filme, chega-se a conclusão de que a maldade está muito mais nos olhos e ouvidos de quem recebe a mensagem e não tanto em quem a produz.